Ministros anunciam ajuda a municípios alagoanos afetados pelas chuvas
Ministros anunciam ajuda a municípios alagoanos afetados pelas chuvas
Recursos ainda não foram definidos, mas orientação é prestar apoio.
Publicado em 11/07/2023 - 13:10 Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - São Luís
O ministro
da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, disse nesta
terça-feira (11), em Maceió, que o apoio aos municípios afetados pelas chuvas
em Alagoas se dará em uma vertente emergencial e em outra mais estruturante,
pautada na mitigação, resiliência e adaptabilidade para esse tipo de evento,
com base nos planos de ações humanitárias elaborados pelas municipalidades.
Segundo ele, ainda não há um valor de recursos fechado para envio ao estado,
mas a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de prestar todo apoio
necessário.
“Mesmo que
saia uma medida provisória, pode ser que não seja suficiente, mas pode sobrar
porque isso está vinculado aos planos de trabalho. Tanto que o presidente Lula
recomenda que o apoio que for necessário para amenizar o sofrimento das pessoas
será garantido, como tem sido feito desde 1º de janeiro em todos os estados”,
disse o ministro.
Os ministros
do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington
Dias, e dos Transportes, Renan Filho, juntamente com Waldez Góes, sobrevoaram
as áreas afetadas pelas chuvas em Alagoas.
De acordo
com Goés, a segunda parte da ajuda, de reconstrução da infraestrutura afetada,
de moradias e outras obras, deve ser incluídas no plano de investimento em
infraestrutura, anunciado pelo governo federal em abril.
“Vamos
trabalhar em duas frentes, a frente da resposta em respeito a ajuda
humanitária, desobstrução, limpeza e também a da reconstrução quando há perda
de patrimônio, de estradas, casas, então tem todo um planejamento. A Defesa
Civil nacional não ficará esperando nas quatro paredes o que os municípios e o
estado vão fazer”, disse. “Quanto for necessário, vai ser colocado à
disposição de acordo com os planos de ajuda humanitária. No final é que a gente
vai saber quanto foi necessário e o quanto será liberado pelo governo federal
para estados e municípios”, acrescentou Goés.
Alagoas está
com 32 cidades em situação de emergência. Na segunda-feira (10), o governo do
estado publicou um decreto incluindo Maceió. Com a situação de emergência, os
municípios podem receber recursos federais com mais facilidade para utilizar na
resposta emergencial. Até o momento, a Defesa Civil do estado registra 25.312
pessoas afetadas pelas chuvas. Aproximadamente 3.560 residências foram
destruídas e o abastecimento de água foi afetado em diversos municípios.
O governador
do estado, Paulo Dantas (MDB), citou a capacitação que a Defesa Civil nacional
está fazendo com as defesas civis municipais para agilizar a elaboração dos
planos de ação humanitária.
“Para que o
governo do estado e o governo federal tenham as condições legais de encaminhar
as ajudas para as prefeituras, tanto o governo de Alagoas quanto o governo
federal encaminharão recursos para os municípios para ajudar na reconstrução do
que ficou danificado nas cidades, nas estradas vicinais e outros pontos para
que a normalidade volte para essas cidades”, disse Dantas. Ele anunciou a
criação de um comitê com participação dos prefeitos para debater a construção
de obras estruturantes para minimizar os efeitos das fortes chuvas.
Wellington
Dias disse que nesse primeiro momento estão sendo disponibilizados R$ 800 por
família e sendo distribuídas mais de 4 mil cestas básicas para as pessoas
desabrigadas.
O ministro
informou ainda que o cronograma de pagamentos do Bolsa Família será alterado
para que as famílias não tenham que esperar o dia indicado para receber o
benefício. Ele será pago na primeira data de recebimento. Outro anúncio feito
pelo ministro é a disponibilização de saque do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) para os trabalhadores dos municípios afetados.
O ministro
disse ainda que agricultores e agricultoras familiares que perderam suas
plantações receberão um auxílio de R$ 4.600 por família, para compensar os
prejuízos. Também está sendo estudada alteração no cronograma de pagamento do
Programa de Fortalecimento de Agricultura Familiar (Pronaf) para renegociação
dos empréstimos já concedidos.
“Eu
quero registrar a agilidade do governo de Alagoas e de cada prefeito e prefeita
para vir imediatamente já cuidando para que tivéssemos o mapeamento dos danos,
o decreto, as condições para que tivéssemos o reconhecimento [da situação de
emergência que], abre a possibilidade do atendimento, tanto do estado quanto do
governo federal”, disse.
Já o
ministro dos Transportes, Renan Filho, frisou a necessidade de obras
estruturantes para minimizar os impactos das enchentes. O ministro informou que
a pasta já liberou quase todas as rodovias federais que tiveram seu tráfego
interrompido, e que cortam os municípios de São Miguel dos Campos (BR-101),
Belém (BR-316) e São Miguel dos Campos (BR-101).
“Todas as áreas interrompidas foram liberadas. No município de Joaquim Gomes, de Belém e na descida de São Miguel dos Campos, que vai ser liberada 100% hoje a tarde, ficando apenas aquela interrupção que não foi decorrente dessa chuva, mas de uma catástrofe muito mais grave e que será resolvida no segundo semestre”, disse.
Os ministros
foram enfáticos sobre a necessidade de obras estruturantes para conter
fenômenos extremos. Renan Filho citou a chegada do fenômeno do El Niño, cuja
principal característica é o aquecimento anormal e persistente da temperatura
da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador.
De acordo
com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos últimos meses a
temperatura na superfície oceânica perto da costa sul-americana ficou acima da
média, o que ocasiona excesso de chuvas em algumas regiões e secas e queimadas
em outras. A projeção é que o fenômeno dure até o final de 2023.
“Com essas
mudanças climáticas significativas que o mundo vem vivendo, vamos viver
extremos climáticos nos próximos quatro anos, por isso é muito relevante que a
gente inicie essas obras”, disse Renan Filho.
Goés frisou
a necessidade de que as autoridades fiquem atentas a esses fenômenos, tanto
para a agenda de prevenção, quanto para a agenda de resposta.
“Agora temos
que estar atentos a isso. Por um lado, criar adaptabilidade para conviver com
essas situações desafiadoras. O outro é nós criarmos mitigação, resiliência,
adaptabilidade, porque não vão diminuir os eventos, porque o El Niño promete
muita estiagem no Nordeste brasileiro, queimadas na Amazônia e as intensas
chuvas no Sul brasileiro. Vamos conviver cada vez mais com eventos extremos”,
disse Waldez Góes.