Moraes solta ex-assessor de Bolsonaro investigado por trama golpista
Moraes solta ex-assessor de Bolsonaro investigado por trama golpista
Marcelo Câmara foi preso em operação da PF deflagrada em fevereiro.
Publicado por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília
O ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na noite de
quinta-feira (16) a soltura do coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor
direto do ex-presidente Jair Bolsonaro e suspeito de participar de uma trama
golpista.
Ao soltar
Câmara, Moraes impôs o uso de tornozeleira eletrônica e o comparecimento
semanal em juízo, bem como a proibição de se ausentar do Distrito Federal. Ele
também não pode se comunicar com os demais investigados ou utilizar as redes
sociais. O coronel, que teve o porte de armas cancelado, estava preso no Setor
Militar Urbano (SMU), na capital federal.
Câmara havia
sido preso na Operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro pela
Polícia Federal. Ele é suspeito de participar de atos preparatórios para um
golpe de Estado. O objetivo seria manter Bolsonaro no poder após a derrota nas
eleições de 2022. A defesa dele nega a participação.
Segundo
relatório da PF sobre as investigações, Câmara teria monitorado o próprio
Moraes, com o intuito de planejar a prisão do ministro, um dos passos do
suposto plano de golpe. Ainda segundo o documento, o coronel trabalharia em
coordenação estreita com o próprio Bolsonaro.
Ao soltar o
coronel, Moraes acatou parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para o
órgão, o grupo criminoso investigado já foi desarticulado e a soltura de Câmara
não ameaça as investigações.
A Agência Brasil tenta contato com a defesa de Câmara. Ele sempre negou participação em qualquer trama golpista.
Também nesta
semana, numa investigação paralela, sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de
2023, Moraes determinou a soltura do coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, o
último integrante da antiga cúpula da PMDF que ainda estava preso. Ele foi
denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por omissão durante os
ataques em que a sede dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
Edição:
Denise Griesinger