Namorada de piloto foi vítima de febre maculosa; veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a morte do casal
Namorada de piloto foi vítima de febre maculosa; veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a morte do casal
A dentista Mariana Giordano e Douglas Costa morreram após terem febre, dor e manchas vermelhas. Nesta segunda, Adolfo Lutz confirmou que mulher estava infectada com a doença; análise da amostra do homem não havia sido concluída até a última atualização desta reportagem.
Por g1 Sorocaba e Jundiaí 13/06/2023 00h00 - Atualizado há 2 horas
O piloto
Douglas Costa, de 42 anos, e a namorada, a dentista Mariana Giordan, de 36,
morreram em 8 de junho, três dias depois de term apresentado sintomas como
febre, dor e erupções vermelhas no corpo. Eles haviam feito uma viagem pelo
interior de São Paulo e de Minas Gerais.
Nesta segunda-feira (12), o Instituto Adolfo Lutz informou que Mariana morreu de febre maculosa. A doença constava da lista de possíveis causas dos óbitos, que citava ainda dengue ou leptospirose. Até a última atualização desta reportagem, a análise da amostra de Douglas não havia sido concluída.
Antes de
apresentar os sintomas, o casal tinha visitado duas áreas rurais de Campinas,
no interior de SP, e Monte Verde (MG). O piloto foi internado em um hospital de
Jundiaí(SP). A dentista, em uma unidade da capital.
Veja abaixo
o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:
Quem são as
vítimas?
Quando as
mortes foram constatadas?
Como as
mortes estão sendo investigadas?
O que é
febre maculosa?
Quando os
sintomas começaram?
Por quais
locais o casal passou?
O que dizem
as prefeituras?
Quem são as
vítimas?
As vítimas
são Douglas Costa, empresário e piloto de Fórmula C300, de Jundiaí (SP), e a
dentista Mariana Giordano, da capital paulista.
A dentista
Mariana Giordano foi atendida em um hospital da capital paulista e Douglas
estava em um hospital particular de Jundiaí.
Quando os
óbitos foram constatados?
O empresário
Douglas Pereira Costa morreu na quinta-feira (8). O corpo dele foi sepultado no
Cemitério de Itupeva (SP), na sexta-feira (9).
Mariana
Giordano também morreu na quinta-feira (8). O corpo dela foi sepultado na
capital paulista, de acordo com amigos.
Como as
mortes estão sendo investigadas?
De início,
as mortes estavam sendo investigadas como suspeita de dengue, febre maculosa e
leptospirose. Na noite de segunda, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou que
Mariana Giordano morreu por febre maculosa.
Amostras biológicas foram enviadas para análise no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Também nesta segunda, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas (SP) informou, que iniciou uma investigação sobre a passagem do casal pela cidade.
“A
Vigilância de Campinas investigará sobre o vínculo e possível exposição no
município para apoiar a investigação do caso que está sendo conduzida pelas
vigilâncias dos municípios de residência e ocorrência do óbito”, diz o
texto da nota.
Até a última
atualização desta reportagem, a causa da morte de Douglas não havia sido
confirmada.
O que é
febre maculosa?
A febre
maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através
da picada de uma espécie de carrapato.
A doença não
é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato. Os sintomas podem
ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta.
Quando os
sintomas começaram?
Conforme a
ficha de notificação, os sintomas iniciaram no dia 3 de junho com febre, dor no
corpo, exantema, evoluindo para um quadro mais grave.
Por quais
locais o casal passou?
O casal
teria ido para uma área rural de Campinas (SP) antes do dia três de junho, e
para Monte Verde, distrito de Camanducaia (MG), nos dias três e quatro de
junho.
O que
dizem as prefeituras?
A Prefeitura
de Jundiaí (SP) divulgou que a causa da morte do empresário está sendo apurada.
Já o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas (SP) informou, na
manhã desta segunda-feira (12), que iniciou uma investigação sobre a passagem
do casal pela cidade.
Em nota, a
Prefeitura de Camanducaia (MG) disse que “o fato de os pacientes terem
visitado a cidade de Monte Verde no dia em que os sintomas começaram, é
improvável que a febre maculosa tenha sido contraída no distrito, devido ao
período de incubação da doença, que varia de dois a 14 dias”.
O poder
público também informou que o município não registra casos de febre maculosa e
carrapatos estrela há mais e 20 anos e que “mesmo com a provável origem de
contaminação fora do distrito, realizará todas as ações de investigação
epidemiológica necessárias para garantir a saúde de todos os munícipes e
turistas”.
Preocupação
para a área científica
A Associação
dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) informou, por meio
de nota, que recebe com preocupação a notícia de mortes provocadas pela Febre
Maculosa. De acordo com o órgão, nos últimos anos, o Estado vem sofrendo um
desmonte da estrutura de pesquisa científica, trabalho essencial para orientar
ações de vigilância epidemiológica.
A APqC
informou também que, em 2016, era estabelecida uma resolução conjunta entre o
Estado e o Ministério Público (MPSP) de normas para o controle da Febre
Maculosa. O documento atribuía à Superintendência de Controle de Endemias
(SUCEN) pesquisas em locais com casos confirmados da doença, identificando os
tipos de carrapatos, monitorando e orientando os municípios. Porém, em 2020, a
SUCEN foi extinta durante o governo de João Doria.