“Não há divergência que não possa ser superada”, afirma Lula
“Não há divergência que não possa ser superada", afirma Lula
"Estamos numa situação de tranquilidade na relação com o Congresso".
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva minimizou, nesta terça-feira (23), qualquer tensão na
articulação política do governo com o Congresso Nacional. Em café da manhã com
jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula disse que não há divergência que não
possa ser superada e que teve uma conversa reservada com o presidente da Câmara
dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), no último fim de semana.
“Eu não acho
que a gente tenha problemas no Congresso, a gente tem as situações que são as
coisas normais da política”, disse Lula, destacando que o governo aprovou
projetos importantes, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da
Transição e a reforma tributária.
A declaração
foi dada em meio a uma elevação das
tensões, especialmente entre Arthur Lira e o responsável pela
articulação política do Palácio do Planalto, Alexandre Padilha. Recentemente, o
presidente da Câmara insultou publicamente Padilha e o presidente Lula chegou a
dar uma declaração em defesa do auxiliar.
“Qual é a
briga com o Congresso? A briga é o normal da divergência política, em um
Congresso Nacional que tem mais partidos políticos, que tem programas
diferentes […]. Então, eu estou convencido de que nós estamos numa situação de
muita tranquilidade na relação com o Congresso Nacional”, assegurou Lula,
acrescentando que os projetos em tramitação deverão ser acordados, “na medida
do possível”, com a participação dos líderes do governo, dos ministros da pauta
de interesse e dos ministros da articulação política.
Reforma é
descartada
O presidente
da República não deu detalhes sobre a conversa com Arthur Lira, mas descartou
uma reforma ministerial. “Não tem nenhuma divergência que não possa ser
superada. Se não tivesse divergência, não haveria necessidade de a gente viver
sob três poderes distintos, autônomos, cada um é dono do seu nariz”, afirmou.
Um dos
próximos desafios do governo é com a regulamentação da reforma tributária.
Nessa segunda-feira (22), Lula e a equipe econômica fecharam a proposta final e
caberá aos presidentes da Câmara e do Senado a indicação do relator dos textos.
O presidente defendeu que sejam os mesmos que analisaram a Proposta de Emenda à
Constituição que estabeleceu a reforma, Eduardo Braga (MDB-AM) no Senado e
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) na Câmara.
“Longe de
mim querer indicar um relator para cuidar da política tributária, é o papel do
presidente da Câmara, papel dos deputados. Eu gostaria que as pessoas levassem
em conta isso, que quem já foi relator do projeto principal está muito
familiarizado, já fez negociação, já conversou com os outros partidos
políticos, com as lideranças, poderia facilitar a tramitação da
regulamentação”, disse.
Edição:
Kleber Sampaio