Nasa quer ampliar parceria com Brasil no monitoramento da Amazônia
Nasa quer ampliar parceria com Brasil no monitoramento da Amazônia
Lula conversará por telefone com Biden sobre a cooperação aeroespacial.
Publicado em 24/07/2023 - 14:52 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A agência
espacial americana (Nasa) quer ampliar a parceria com o Brasil no monitoramento
do desmatamento da floresta amazônica e em ações de preservação. O
administrador da Nasa, Bill Nelson, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília, para
tratar da cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos.
A
embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também
presente na reunião, disse que, em breve, Lula deve conversar com o presidente
Joe Biden sobre os assuntos tratados no encontro de hoje. A assessoria da Presidência
confirmou que o telefonema entre os dois presidentes deve ocorrer,
provavelmente, esta semana.
“Os nossos
satélites já mandam muitas imagens e informações aos cientistas aqui no Brasil
para localizar a destruição da floresta e nós lançaremos, futuramente, três
novos satélites que vão aumentar, e muito, a habilidade de poder identificar e
impedir o desmatamento”, disse Bill Nelson à imprensa após o encontro.
O administrador da Nasa lembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo no espaço e conseguiu observar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas, resultado do desmatamento.
Em outro
exemplo de possível parceria, Nelson explicou que a agência espacial tem
instrumentos que podem ajudar a aumentar a produtividade no campo, que
identificam a umidade do terreno e do ar e detectam pragas.
Amanhã (25),
Bill Nelson visitará as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) e da Embraer, em São Paulo. A visita do americano ao Brasil
será seguida de reuniões de acompanhamento entre os cientistas dos dois países.
A ministra
da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, explicou que qualquer tipo
de parceria no monitoramento das florestas depende do aval das autoridades
científicas que acompanham a política aeroespacial brasileira, que podem
apontar a real necessidade de utilização desses equipamentos e sistemas e a
viabilidade de cruzamento de informações.
Ela lembrou
que, em breve, deve entrar em operação um novo radar sintético que
possibilitará a captação de imagens através das nuvens e que o Inpe “continua
firme e forte fazendo o dever de casa” na qualificação de informações para o
combate ao desmatamento na Amazônia. “Mas, a princípio, nós temos total
simpatia, tudo que tiver de avanço tecnológico para poder garantir o melhor
monitoramento da nossa floresta, nós estamos à disposição”, disse.
O interesse
do Brasil é que as autoridades americanas observam as potencialidades da
indústria brasileira na área espacial. “Nós temos empresas com capacidade de
produção para fornecer para a Nasa, também equipamentos na indústria
aeroespacial, então é um pouco essa troca que nós queremos estabelecer na
visita do presidente da Nasa ao Inpe”, explicou a ministra Luciana Santos.
Missão à Lua
Ela lembrou
que a cooperação do Brasil com os Estados Unidos na área espacial vem desde a
década de 1980. Uma das mais relevantes atualmente é no Programa Artemis, que
tem o objetivo de explorar as potencialidades da Lua e pretende levar
astronautas ao satélite natural no ano que vem.
Luciana
citou ainda o acordo para utilização da Base de Alcântara, no Maranhão, e do
projeto que estuda o fenômeno da ionização da atmosfera, principalmente no
Atlântico Sul.
A reunião no
Palácio do Planalto durou cerca de uma hora e meia, ocasião em que Nelson
presenteou Lula com uma foto da última missão da Nasa à Lua, entre novembro e
dezembro do ano passado, com um foguete não tripulado.
Edição:
Valéria Aguiar