Netanyahu dissolve gabinete de guerra após saída de general centrista e pressão de ala radical do governo, dizem agências
Netanyahu dissolve gabinete de guerra após saída de general centrista e pressão de ala radical do governo, dizem agências
No domingo, Forças Armadas do país anunciaram pausa humanitária em Gaza, o que enfureceu ministros da coalizão que sustenta o primeiro-ministro no poder.
Por g1
O
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dissolveu o gabinete de guerra
após a saída do governo do ex-general centrista Benny Gantz e a pressão da ala
de extrema direita da coalizão que o sustenta no poder.
A informação
foi divulgada pelas agências Reuters e Associated Press nesta segunda-feira
(17), que a credita a um funcionário de alto escalão do governo.
Segundo o
“New York Times”, a dissolução já era esperada desde a saída de Gantz
do governo, anunciada no último dia 9.
Espera-se
agora que Netanyahu mantenha consultas sobre a guerra de Gaza com um pequeno
grupo de ministros, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ministro
dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, que integrava o gabinete de guerra.
Netanyahu
tem se deparado com exigências dos aliados nacionalistas-religiosos da sua
coligação, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da
Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, para serem incluídos no gabinete de
guerra, uma medida que teria intensificado as tensões com parceiros
internacionais, incluindo os Estados Unidos.
Ben-Gvir é o
ministro mais radical do governo de Benjamin Netanyahu e líder de um partido da
extrema direita. Netanyahu só conseguiu formar governo após se aliar com a
sigla de Ben-Gvir, que é um feroz defensor das incursões e bombardeios na Faixa
de Gaza.
No início do
ano, o ministro ameaçou deixar o governo caso Netanyahu não invadisse Rafah, a
cidade no extremo sul de Gaza que era considerada o último refúgio para civis
em Gaza que fugiam da destruição causada pelos bombardeis e invasões
israelenses.
Saída de
Gantz
Benny Gantz,
um rival político de longa data de Netanyahu, juntou-se ao governo como uma
demonstração de unidade após o ataque do Hamas em 7 de outubro ao sul de
Israel. Ele deixou o governo no início deste mês, alegando frustração com a
forma como Netanyahu lidou com a guerra.
A criação do
gabinete havia sido uma exigência de Gantz e seu partido para a sua entrada na
coalizão.
Os críticos
dizem que a tomada de decisões de Netanyahu durante a guerra foi influenciada
por ultranacionalistas do seu governo que se opõem a um acordo que provocaria
um cessar-fogo em troca da libertação de reféns. Eles manifestaram apoio à
“migração voluntária” de palestinos da Faixa de Gaza e à reocupação do
território.
Pausa
humanitária
No domingo,
as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram uma pausa de algumas horas nos
bombardeios a Gaza para facilitar a entrada de ajuda humanitária.
A medida,
que é uma exigência de aliados internacionais, como os EUA, enfureceu os
ministros radicais do governo.
Israel já
havia prometido em abril que permitiria a entrada de ajuda à Faixa de Gaza,
após um telefonema entre Netanyahu e o presidente norte-americano, Joe Biden.
A guerra
entre Israel e Hamas teve início em outubro de 2023, como resposta aos ataques
terroristas do dia 7 daquele mês perpetrados pelo grupo palestino, que deixou
cerca de 1.200 mortos.
Desde então,
o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirma que a ação militar
israelense na Faixa de Gaza já deixou 37 mil mortos, incluindo 15 mil crianças.