O que é o fenômeno El Niño e como ele vai afetar o inverno, que começa amanhã
O que é o fenômeno El Niño e como ele vai afetar o inverno, que começa amanhã
Fenômeno causa secas no Norte e Nordeste do país (chuvas abaixo da média), principalmente nas regiões mais equatoriais; e provoca chuvas excessivas no Sul do país e no sudeste do país.
Por g1 20/06/2023 05h50 - Atualizado há 45 minutos
O inverno
começa oficialmente no hemisfério sul nesta quarta-feira (21). A estação mais
fria do ano, entretanto, deve ser atípica por influência do El Niño, fenômeno
meteorológico que eleva as temperaturas — e que pode, inclusive, se tornar um
Super El Niño.
O El Niño,
assim como a El Niña, determina mudanças nos padrões de transporte de umidade
e, portanto, variações na distribuição das chuvas em algumas partes do mundo —
inclusive o Brasil.
Segundo o
International Research Institute for Climate and Society, os dois fenômenos, El
Niño (EN) e La Niña (LN), têm as seguintes características:
– tendem a
se desenvolver entre abril e junho
– atingem o
pico entre outubro e fevereiro
– duram
entre 9 e 12 meses,
– podem
persistir por até aproximadamente 2 anos
– recorrem
em intervalos de 2 a 7 anos
Ou seja,
acontecem de maneira alternada e periódica, com um período de neutralidade
entre eles. Para determinar que um dos dois fenômenos está em curso é preciso
haver persistência na alteração de temperatura no Oceano Pacífico por, pelo
menos, cinco ou seis meses de registros de altas ou quedas para que um dos
fenômenos se consolide de fato.
O El Niño é
a fase positiva do fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). Ou seja,
quando ele está em atuação, o calor é reforçado no verão e o inverno é menos
rigoroso. Isso ocorre porque ele dificulta o avanço de frentes frias no país,
fazendo com que as quedas sejam mais sutis e mais breves.
O ar se
torna mais seco e passa a circular para baixo, o que dificulta a formação de
chuva e está associado a períodos de secas.
Quais os
impactos do El Niño sobre o clima do Brasil?
Causa secas
no Norte e Nordeste do país (chuvas abaixo da média), principalmente nas
regiões mais equatoriais; e provoca chuvas excessivas no Sul do país e no
sudeste do país.
Tem
relação com o aquecimento global?
Não, já que
essa variabilidade climática é diferente de mudança climática (que é
definitiva, quando o regime climático como um todo se altera e cria um novo
padrão).
No entanto,
as mudanças climáticas devem afetar inclusive esses mecanismos de variabilidade
porque a própria circulação dos oceanos deve mudar e afetar como o clima vai
repercutir ao redor do globo.
Super El
Niño?
A ocorrência
do evento de variação climática já era amplamente esperada. Há expectativa de
especialistas de que ele possa até mesmo se configurar como um Super El Niño.
A
confirmação de que o “El Niño” está entre nós foi divulgada por Emily
Becker, uma cientista do clima e comunicadora da NOAA. Segundo ela, “as
chances dele se tornar um evento forte em seu pico são de 56%, enquanto as
chances de termos pelo menos um evento moderado é de aproximadamente 84%”.