Operação da Polícia Militar deixa oito mortos no Guarujá
Operação da Polícia Militar deixa oito mortos no Guarujá
Governador de SP avalia que não houve excesso dos policiais.
Publicado em 31/07/2023 - 12:10 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo
O governo de
São Paulo confirmou que policiais militares mataram oito pessoas em Guarujá,
litoral paulista, durante a Operação Escudo, iniciada após o assassinato do
policial Patrick Bastos Reis, soldado das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar
(Rota). O governador Tarcísio Freitas avaliou que não houve excesso da força
policial na ocasião.
Ao todo, dez
pessoas foram presas durante a operação. Ontem (30), o suposto atirador foi
preso e levado até a delegacia por policiais da Rota, informou o governador. A
arma usada no disparo contra o soldado da Rota ainda não foi encontrada. A
confirmação da autoria do crime pelo suspeito que foi preso, segundo o
secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, foi feita por provas
testemunhais dos outros indivíduos presos.
“A gente tem
uma polícia extremamente profissional que sabe usar exatamente a força na
medida que ela tem que ser usada. Não houve hostilidade, não houve excesso,
houve uma atuação profissional que resultou em prisões e nós vamos continuar
com as operações”, disse o governador em coletiva de imprensa nesta manhã (31).
Freitas
avaliou que a polícia “deu uma grande demonstração de profissionalismo” nas
operações realizadas no final de semana na Baixada Santista e na região da
Cracolândia, na capital, em que 15 pessoas foram detidas.
“Nós não vamos deixar passar impune agressão a policial. Não é possível que o bandido, que o crime possa agredir um policial e sair impunemente, então nós vamos investigar, nós vamos prender, nós vamos apresentar à Justiça, nós vamos levar ao banco dos réus. Foi isso exatamente que foi feito nesse fim de semana. Estou extremamente satisfeito com a ação da polícia”, disse o governador.
Em relação
ao alto número de mortos na operação, ele alegou que a polícia reagiu. “Aqueles
que resolveram se entregar à polícia foram presos, foram apresentados à
Justiça. O autor do disparo foi preso, foi entregue à Justiça, como tem que
ser. A gente não quer de maneira nenhuma o confronto, agora também não vai
tolerar a agressão, porque a polícia reage e ela vai reagir para repelir a
ameaça”, disse.
Apesar das
prisões, o governo informou que a Operação Escudo vai durar por, no mínimo, 30
dias com o objetivo de combater o crime organizado na Baixada Santista. Há
previsão de instalação de uma unidade da Polícia Militar em fevereiro de 2024
com aumento real de efetivo, e não remanejamento de tropas no estado.
A Ouvidoria
de Polícias de São Paulo informou que foram 10 mortes na operação realizada em
Guarujá, registradas em boletim de ocorrência.
Denúncia de tortura
Questionado
sobre denúncias de tortura durante a operação – um dos mortos teria marcas de
queimadura de cigarro – sobre avisos em redes sociais de que policiais matariam
um total de 60 pessoas na região, o secretário Guilherme Derrite, que também
participou da coletiva nesta manhã, afirmou que são “narrativas” e que tais
informações não chegaram oficialmente para o governo.
Dos oito
mortos, apenas quatro já foram identificados. Segundo o secretário, esses
quatro tem antecedentes criminais, mas não informou quais eram os crimes.
Derrite descreveu a Baixada Santista como “uma zona deflagrada de confronto” e
corroborou com argumento apresentado pelo governador sobre as mortes na
operação.
“Quem se
entregou foi preso. Agora aquele que ainda decide optar pelo confronto, como o
governador mencionou, os nossos policiais são obrigados a fazer uso da última
alternativa tática que é o disparo de arma de fogo pra neutralizar esse
indivíduo e proteger a sociedade”, disse.
Derrite
finalizou a coletiva dizendo que “o combate ao crime organizado vai gerar
alguns efeitos colaterais, como a gente mencionou aqui essa questão de
reclamações olha, indivíduo está dizendo que aconteceu isso, que foi torturado.
O que a gente promete para a população é não abaixar a guarda, defender a
sociedade e combater o crime”.
Edição:
Valéria Aguiar