Papa defende igualdade para mulheres, mas descarta sacerdócio feminino

Papa defende igualdade para mulheres, mas descarta sacerdócio feminino

Em mensagem pelo Dia Internacional da Mulher, pontífice diz que oportunidades iguais para mulheres são chave para mundo melhor. Francisco continua a defender, no entanto, que apenas homens possam ser padres.




Por g1 08/03/2023 09h00  Atualizado há 48 minutos

O papa Francisco condenou nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a violência e o preconceito contra as mulheres, mas continuou a defender que apenas cristãos do sexo masculino podem ser sacerdotes, usando como base a premissa da igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos.

Em mensagem pela data, o pontífice disse que a concessão de salários e oportunidades iguais pode ajudar a criar um mundo mais pacífico, já que uma nova pesquisa com mulheres católicas mostrou que muitas sentem que a Igreja as discrimina.

“Gosto de pensar que se as mulheres pudessem desfrutar de plena igualdade de oportunidades, poderiam contribuir substancialmente para a mudança necessária para um mundo de paz, inclusão, solidariedade e sustentabilidade integral”, disse o papa.

O papa condenou também a discriminação contra as mulheres no passado, mas, como seus predecessores, descartou o sacerdócio feminino.

Uma pesquisa divulgada na quarta-feira pela Universidade de Newcastle, na Austrália, mostrou que quase 80% das mais de 17.000 mulheres católicas entrevistadas em 104 países disseram que as mulheres deveriam ser incluídas em todos os níveis de liderança da Igreja.

A pesquisa, apresentada no Vaticano, mostrou que dois terços, ou 68% dos entrevistados, concordaram que as mulheres deveriam ser elegíveis para a ordenação ao sacerdócio. Houve apoio majoritário ao sacerdócio feminino em todos os 104 países pesquisados, exceto Polônia e África do Sul.

 

Livro

Apesar de não defender que mulheres também possam ser sacerdotes, o papa assinou o prefácil de um livro lançado nesta quarta site Vatican News “Mais Liderança Feminina para um Mundo Melhor”.

No prefácio, Francisco enfatizou as diferenças entre homens e mulheres, mas pediu “igualdade na diversidade” em “um campo de jogo aberto a todos os jogadores”.

“Elas estão mais atentos à proteção do meio ambiente, seu olhar não está voltado para o passado, mas para o futuro. As mulheres sabem que dão à luz com dor para alcançar uma grande alegria: dar vida e abrir vastos e novos horizontes. Por isso as mulheres querem a paz, sempre.”

Desde que se tornou papa, Francisco nomeou várias mulheres para cargos administrativos e disse no ano passado que “toda vez que uma mulher recebe um cargo (de responsabilidade) no Vaticano, as coisas melhoram”.

Também nesta quarta, o papa criticou a disparidade salarial e disse que as mulheres precisam receber remuneração igual à dos homens por funções iguais e descreveu as disparidades salariais como “uma grave injustiça”.

O pontífice condenou ainda a “praga” da violência contra as mulheres, lembrando um discurso que proferiu em 2021, quando falou de “uma ferida aberta resultante de uma cultura patriarcal e machista de opressão”. 

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