Para cumprir teto de gastos, governo indica bloqueio de R$ 1,7 bilhão em investimentos ou custeio
Para cumprir teto de gastos, governo indica bloqueio de R$ 1,7 bilhão em investimentos ou custeio
Segundo a equipe econômica, medida é necessária para compensar possível aumento de gastos obrigatórios em 2023. Detalhamento do bloqueio ainda será feito pelo governo.
Por Jéssica Sant'Ana, Ana Paula Castro e Alexandro Martello, g1 e TV Globo — Brasília 22/05/2023 15h09 - Atualizado há 13 horas
Os
ministérios do Planejamento e Orçamento e da Fazenda anunciaram nesta
segunda-feira (22) a necessidade de bloquear R$ 1,7 bilhão nas chamadas
despesas discricionárias do orçamento deste ano. Essas despesas envolvem
investimentos e custeio da máquina pública.
O
detalhamento de quais ministérios serão atingidos pelo bloqueio será divulgado
até o fim deste mês.
“O
detalhamento do bloqueio de 1,7 bilhão [de reais] será discriminado no dia 30,
na publicação do decreto de programação”, afirmou o secretário de
Orçamento Federal, Paulo Bijos.
O bloqueio é
necessário para garantir o cumprimento do teto de gastos, regra fiscal que
limita a maior parte das despesas da União à variação da inflação.
Essa regra
ainda está em vigor neste ano. A equipe econômica espera aprovar ainda no
primeiro semestre o projeto do arcabouço fiscal, um conjunto de ferramentas que
vai substituir o teto de gastos.
Segundo o
governo, houve aumento na projeção de despesas obrigatórias para este ano. Como
o próprio nome já diz, essas despesas precisam obrigatoriamente ser pagas.
“Aumento
na projeção de despesas obrigatórias indica a necessidade de bloqueio em
despesas discricionárias, em igual valor”, diz apresentação divulgada pela
equipe econômica.
As despesas
obrigatórias foram impactadas, principalmente, pelo reajuste do salário mínimo,
que passou para R$ 1.320 em maio deste ano.
O piso
salarial é o indexador de diversos benefícios, elevando junto despesas como
seguro-desemprego, abono salarial e parte dos benefícios previdenciários.
Apesar da
necessidade de bloqueio, o governo diz que o impacto no total das despesas
discricionárias será de menos de 1%.
“O excesso representa 0,09% em relação ao limite total do Teto de Gastos (R$ 1.945,3 bilhões) e 0,87% em relação ao total de despesas discricionárias do Poder Executivo (R$ 193,9 bilhões)”, completam os ministérios no documento.