Parentes de reféns do Hamas tentam bloquear envio de ajuda para Gaza em protesto na fronteira
Parentes de reféns do Hamas tentam bloquear envio de ajuda para Gaza em protesto na fronteira
Familiares de sequestrados acusam o governo israelense de não dar informações sobre os parentes em poder do grupo terrorista desde que a guerra começou, em 7 de outubro de 2023.
Por g1
Parentes de
reféns israelenses do Hamas e de soldados mortos em combates na Faixa de Gaza
tentaram bloquear nesta quinta-feira (25) a entrada de caminhões com ajuda
humanitária em Gaza em uma das fronteiras entre Israel e o território
palestino.
A tentativa
era parte de um protesto dos parentes diante da falta de informação sobre os
sequestrados. O protesto ocorreu na passagem de Kerem Shalom, na fronteira
entre o sul de Israel e o norte da Faixa de Gaza.
O grupo
exigiu que o governo israelense suspenda a entrada de ajuda a Gaza até que os
reféns sejam libertados. Eles também protestaram pelo fato de que, segundo os
manifestantes, os reféns não estão recebendo qualquer tipo de assistência.
“Não há
medidas humanitárias para os nossos reféns que estão lá, não há visitas da Cruz
Vermelha, não há comida, não há sinal de vida, não sabemos quem está vivo lá e
quem está morto. Nós não sabemos nada”, disse, à agência de notícias
Reuters, o ex-comandante da polícia israelense Danny Elgarat, parente de um dos
sequestrados.
Durante a
manifestação, os parentes dos reféns e soldados moveram espigões na estrada que
conduzem os caminhões ao controle fronteiriço e ficaram em frente à passagem
(veja vídeo acima). No entanto, eles foram removidos por policiais, que liberaram
a circulação de caminhões.
Segundo o
governo israelense, ainda há 132 reféns em poder do Hamas, entre os centenas
sequestrados em 7 de outubro no sul de Israel por terroristas do Hamas.
Desde
dezembro, a passagem de Kerem Shalom, que estava totalmente fechada desde o
início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro de 2023, foi reaberta
apenas para a entrada em Gaza de caminhões de ajuda humanitária.
Antes disso,
toda a ajuda humanitária entrava no território palestino apenas pela passagem
de Rafah, na fronteira entre o sul de Gaza e o norte do Egito.
Desnutrição em Gaza
Também nesta
quinta-feira, a Unicef disse prever que, nas próximas semanas, mais de 10 mil
crianças da Faixa de Gaza possam entrar em desnutrição aguda.
“Vimos
muitas pessoas muito magras sentadas olhando para o espaço, parecendo
perdidas”, disse à agência de notícias Reuters o cirurgião britânico Nick
Maynard, que trabalhou no centro de Gaza em dezembro e início de janeiro com a
instituição Medical Aid for Palestinians.
Ayadil
Saparbekov, um médico da OMS que esteve recentemente no norte de Gaza, também
relatou à Reuters ter visto especialmente crianças e idosos mostrando sinais de
definhamento.
No início da
guerra, após um ataque do Hamas que matou mais de 1.400 pessoas no sul de
Israel, o governo israelense anunciou que iria cortar todos os fornecimentos de
alimentos, água e energia a Gaza até que os reféns fossem devolvidos.
Mais tarde, no entanto, Tel Aviv concordou em permitir a entrada de ajuda humanitária.