Parlamento grego deve votar a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo nesta quinta; igreja se mostra contrária à proposta
Parlamento grego deve votar a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo nesta quinta; igreja se mostra contrária à proposta
Projeto visa autorizar também que os parceiros tenham filhos. Mas impede os casais homossexuais de serem pais através de mulheres que oferecem barriga de aluguel.
Por Associated Press
O parlamento
grego votará nesta quinta-feira (15) para legalizar o casamento civil entre
pessoas do mesmo sexo. Essa é a primeira vez, segundo a agência de notícias
norte-americana AFP, que um país cristão-ortodoxo votará o tema.
Uma pesquisa
de opinião realizada com os moradores aponta que a maioria apoia a reforma
proposta. O projeto de lei elaborado pelo governo de centro-direita do
primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis é apoiado por quatro partidos de
esquerda, incluindo o principal partido da oposição, Syriza.
Ou seja, na prática, isso pode garantir uma maioria confortável para a aprovação, quando a votação começar. Espera-se que vários parlamentares de esquerda se abstenham ou votem contra a reforma – mas não o suficiente para anular o projeto. Três pequenos partidos de extrema-direita e o Partido Comunista de inspiração soviética rejeitaram a proposta.
Na abertura
do debate de dois dias, na quarta-feira (14), o Ministro de Estado Akis
Skertsos argumentou que a maioria dos gregos já aceita a ideia de casamentos
entre pessoas do mesmo sexo.
“Não estamos
decidindo sobre mudanças nesta câmara”, disse ele. “Já aconteceu… A sociedade
muda e se desenvolve sem exigir a permissão do parlamento.”
O projeto
visa autorizar também que os parceiros tenham filhos. Mas impede os casais
homossexuais de serem pais através de mulheres que oferecem barriga de aluguel.
A
parlamentar representante do partido Nova Democracia, Maria Syrengela, disse
que a reforma iria corrigir uma injustiça de longa data para os casais do mesmo
sexo e os seus filhos.
As pesquisas
mostram que, embora a maioria dos gregos concorde com casamentos entre pessoas
do mesmo sexo, eles também rejeitam estender a paternidade por meio de barrigas
de aluguel a casais do sexo masculino.
Principal oposição
A principal
oposição ao novo projeto de lei vem da Igreja tradicionalista da Grécia. Os
religiosos afirmam que a proposta pode ferir os valores das famílias
tradicionais.
O chefe da
Igreja Ortodoxa da Grécia, Arcebispo Ieronymos, sugeriu na quarta-feira que a
votação fosse realizada por chamada nominal. Isso permitiria que fosse visto
como cada parlamentar votou.
Apoiadores
da Igreja e organizações conservadoras organizaram pequenos protestos contra a
lei proposta, e membros de grupos de extrema-direita convocaram uma
manifestação em frente ao parlamento ainda na quinta-feira.