Passaporte de Bolsonaro é entregue às autoridades
Passaporte de Bolsonaro é entregue às autoridades
Documento foi solicitado pela PF na Operação Tempus Veritatis.
Publicado por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Está em
posse da Polícia Federal o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos
alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8) pela
Polícia Federal por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes.
Segundo o
advogado de defesa do ex-presidente, Fábio Wajngarten, a entrega ocorreu pouco
antes do meio-dia. Em post publicado na rede social X, o advogado informa que o
documento “já foi entregue para as autoridades competentes, antes das 12:00, em
Brasília conforme determinação”.
Na
sequência, o advogado lembra que “na única vez que o presidente Bolsonaro saiu
do Brasil, num passado próximo, a convite do governo eleito da Argentina, os
advogados peticionaram ao Supremo consultando e comunicando”.
Tanto
Bolsonaro como ministros e militares integrantes de seu governo foram alvo da
operação, suspeitos de terem atuado na tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de
janeiro de 2022. Entre os investigados estão o ex-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o
ex-ministro da Casa Civil general Walter Souza Braga Netto e o ex-ministro da
Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
A operação é
deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro
Cid, ter fechado acordo de colaboração premiada com investigadores da PF. O
acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e recebeu a
homologação do STF.
Na decisão
do STF que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes afirma que
Bolsonaro teria colaborado para a preparação de uma minuta de decreto que tinha
por objetivo viabilizar a execução de um golpe de Estado no país. O relatório
cita também reuniões entre militares de alta patente, tanto da ativa como da
reserva, na qual se debatia aspectos operacionais do golpe.
Reunião
A minuta de
decreto “para executar um golpe de Estado”, foi entregue ao ex-presidente em
2022 pelo então assessor da Presidência para Assuntos Internacionais Filipe
Martins, que foi preso preventivamente nesta quinta-feira, e pelo advogado
Amauri Feres Saad, apontado como mentor intelectual do documento.
A PF afirma
que Bolsonaro teria pedido alterações no documento para tirar os nomes de
Mendes e de Pacheco. Em dado momento, a PF afirma que Moraes “foi monitorado
pelos investigados, demonstrando que os atos relacionados à tentativa de golpe
de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, estavam em execução”.
Um dos
eventos cruciais para as investigações, conforme aponta a PF, foi uma reunião
convocada por Bolsonaro com a alta cúpula do governo federal, em 5 de julho de
2022. No encontro, o então presidente teria cobrado aos presentes que se
valessem de seus cargos para disseminar informações falsas sobre supostas
fraudes nas eleições.
Um vídeo com
a gravação da reunião foi encontrado em um dos computadores do ex-ajudante de
ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que fechou acordo de
colaboração premiada com a PF, após ter sido preso preventivamente nas
investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
Edição:
Aline Leal