PEC 6×1 ainda não foi discutida no núcleo do governo, diz ministro
PEC 6x1 ainda não foi discutida no núcleo do governo, diz ministro
Márcio Macêdo afirmou que vai esperar encaminhamento do Congresso.
Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil
O debate
sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita a carga horária
semanal de trabalho em 36 horas e ficou conhecida como PEC 6×1 – 6 dias de
trabalho por 1 dia de folga – ainda não foi discutida pelo núcleo do governo. A
afirmação é do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio
Macedo, nesta quarta-feira (13).
“Esse debate
está no Congresso Nacional, ainda não foi discutido no núcleo do governo. O ministro [Luiz] Marinho [do Trabalho e
Emprego – MTE] já se pronunciou no ambiente dele, mas não foi discutido ainda.
Vamos aguardar a posição que o Congresso vai encaminhar para a gente poder
discutir no núcleo do governo”, disse ministro.
A declaração
foi feita durante evento do C20, grupo de engajamento do G20 (Fórum que abrange
os países com a principais economias do mundo) que representa organizações da
sociedade civil, no Rio de Janeiro.
Questionado
se o governo pode encampar a PEC ainda no Congresso, Macêdo reforçou: “Esse
tema ainda não está em discussão no centro do governo”.
Ministro
Marinho
O
posicionamento do ministro Luiz Marinho ao qual se referiu Macêdo foi publicado
em rede social.
Marinho
defendeu que a jornada de trabalho 6×1 deve ser tratada em convenções e acordos
coletivos de trabalho, quando empregadores e trabalhadores negociam as regras
do contrato entre as partes.
“A pasta
considera, contudo, que a redução da jornada para 40 horas semanais é
plenamente possível e saudável, quando resulte de decisão coletiva. O MTE tem
acompanhado de perto o debate e entende que esse é um tema que exige o
envolvimento de todos os setores em uma discussão aprofundada e detalhada,
considerando as necessidades específicas de cada área”, disse Marinho em uma
rede social.
A defesa do
fim da escala de trabalho 6×1, ou seja, apenas um dia de folga na semana,
ganhou notoriedade nos últimos dias, impulsionada pelo movimento Vida Além do
Trabalho (VAT). O tema virou um dos mais discutidos em redes sociais, imprensa
e no Congresso.
O proposta
estabelece a jornada de trabalho de, no máximo, 36 horas semanais e quatro dias
de trabalho por semana no Brasil.
Pressão
social
Eram
necessárias 171 assinaturas para a PEC começar a tramitar na Câmara dos
Deputados. No intervalo de dias, o número de deputados que endossaram a
proposta subiu de 60 para cerca de 200. Para ser aprovada, precisa do voto de
308 dos 513 parlamentares, em dois turnos de votação.
De autoria
da deputada Erika Hilton (Psol-SP), a proposta foi apresenta em 1º de maio
deste ano inspirada no movimento VAT que, por meio de uma petição online,
recolheu mais de 2,7 milhões de assinaturas a favor do fim da escala 6 por 1.
A redução da
jornada de trabalho semanal sem redução de salários é uma demanda histórica de
centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
No entanto,
recebe oposição de atores da economia, como empregadores, que preveem queda de
produtividade e aumento de custos, o que seria repassado para os preços.