Perícia feita em celular de Mauro Cid revela conversas sobre remessas de dinheiro para o exterior
Perícia feita em celular de Mauro Cid revela conversas sobre remessas de dinheiro para o exterior
Os valores chamam a atenção, e os investigadores passaram a considerar as movimentações suspeitas. Cid é ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e foi preso em uma operação da PF.
Por César Tralli, TV Globo — São Paulo 09/05/2023 20h19 - Atualizado há 14 horas
A perícia
que está sendo feita no celular do tenente-coronel Mauro Cid, apreendido pela
Polícia Federal (PF) no dia da prisão dele, revelou conversas sobre remessas de
dinheiro para fora do país. As movimentações são consideradas suspeitas pela
investigação.
Cid foi
preso no dia 3 de maio em uma operação da PF que investiga a falsificação de
cartões de vacinação contra a Covid-19. O tenente-coronel é ex-ajudante de
ordens de Jair Bolsonaro. O ex-presidente também foi alvo de buscas na operação.
Por meio da
perícia feita no telefone de Cid, os investigadores extraíram trocas de
mensagem com o suposto operador da conta que seria do tenente-coronel nos
Estados Unidos. Os valores chamam a atenção e serão investigados.
Com essas
informações, os agentes irão pedir a quebra do sigilo da conta, que será feito
por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do
Ministério da Justiça (DRCI).
O trâmite no Brasil costuma ser rápido, mas a obtenção das informações pode demorar no Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
No dia da
operação, a PF encontrou US$ 35 mil (equivalentes a R$ 175 mil) e R$ 16 mil em
espécie em um cofre na casa de Mauro Cid. Agora, ele é suspeito também por
lavagem de dinheiro.
Atualmente,
Mauro Cid é investigado em pelo menos quatro inquéritos: fraude de cartões de
vacinação, caso das joias sauditas, milícias digitais e os atos golpistas de 8
de janeiro.
A
operação
O
ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 15 pessoas foram alvos de uma operação da
PF que investiga um suposto esquema de falsificação de cartões de vacina. Ao
todo, seis pessoas foram presas, incluindo Cid. Bolsonaro não foi alvo de
mandado de prisão.
A operação
foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), no âmbito do inquérito das milícias digitais.
Segundo as
investigações, um grupo ligado a Bolsonaro inseriu informações falsas no
ConecteSUS para obter vantagens ilícitas e emitir certificados de vacinação
contra a Covid-19.
Os cartões
de pelo menos sete pessoas teriam sido forjados, incluindo o do ex-presidente e
da filha dele. No entanto, a PF também descobriu que Cid, a esposa e as três
filhas também emitiram certificados com supostas informações falsas.
Em relação
ao cartão de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro e da filha dele, a PF
identificou que as informações falsas foram colocadas nos sistemas do
Ministério da Saúde poucos dias antes do então presidente viajar para os Estados
Unidos, em dezembro de 2022.