Petrobras recebe indicação formal de Prates para CEO e membro do conselho
Petrobras recebe indicação formal de Prates para CEO e membro do conselho
O ofício menciona também que o nome do indicado foi aprovado pela Casa Civil da Presidência da República.
Por g1 13/01/2023 09h31 - Atualizado há 44 minutos
A Petrobras
informou nesta sexta-feira (13) que recebeu ofício do Ministério das Minas e
Energia, no dia anterior, confirmando a indicação de Jean Paul Prates para
exercer os cargos de presidente da companhia e de membro do Conselho de
Administração da petroleira.
O ofício
menciona também que o nome do indicado foi aprovado pela Casa Civil da
Presidência da República, conforme dispõe a legislação, “registrando que,
sem prejuízo das avaliações preliminares levadas a efeito na referida pasta,
deve a Petrobras, à luz de seus próprios critérios, procedimentos e normativos
de governança, analisar a presente indicação”.
Mais cedo, a
Reuters publicou que a Petrobras havia recebido a indicação formal de Prates
pelo governo.
Quem é
Jean Paul Prates
O indicado à
presidência da petroleira é advogado, economista, ambientalista, empreendedor e
dirigente sindical, segundo a sua própria biografia.
Tem mais de
25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis,
energia renovável e recursos naturais.
Na área de
petróleo, participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional
(Braspetro), no final da década de 1980. Em 1991, fundou a primeira consultoria
brasileira especializada em petróleo.
Prates ainda
trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável,
biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.
Ele também
foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do
Norte.
Em 2014, foi
eleito primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (RN) para o período
2015-2022. Em janeiro de 2019, assumiu a cadeira de senador pelo Rio Grande do
Norte, com a eleição e posse de Bezerra.
Como
senador, foi vice-presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa e
da Frente em Defesa da Petrobras.
Prates
cursou direito na UERJ e economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, tornou-se
mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da
Pennsylvania.
Na França,
concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do
Petróleo.
Botafoguense,
foi diretor de futebol do Alecrim Futebol Clube em 2015.
O que
pensa Prates
No dia 30 de
dezembro, em entrevista após reunião com Lula em Brasília, Prates defendeu
mudança na política adotada pela Petrobras para a definição dos preços dos
combustíveis.
Em uma de
suas falas no mesmo mês, Prates disse que a estatal precisa ir além de explorar
o pré-sal e pagar dividendos aos acionistas.
“[A
Petrobras] é uma empresa de longo prazo. Uma empresa de longo prazo não pode só
ficar tirando pré-sal do fundo do mar e distribuindo dividendos, ela precisa
pensar em coisas que todas as outras empresas de petróleo estão pensando”,
afirmou.
Porém, no dia
4 de janeiro, Prates afirmou que a estatal não fará intervenção nos preços dos
combustíveis. Segundo ele, “nunca ninguém falou em intervenção” nos
preços, que, de acordo com ele, serão vinculados de “alguma forma” ao
mercado internacional.
Ele defende
que a estatal diminua a distribuição de dividendos para reforçar o caixa da
companhia e alavancar os investimentos, em especial em refinarias, estratégia
abandonada pela gestão anterior.
O senador
também quer que a Petrobras foque sua atuação futura em energias renováveis,
diante das metas de redução de combustíveis fósseis em todo o mundo.
Prates,
durante a transição, também defendeu que o governo eleito proponha um mecanismo
para amortecer preços de combustíveis em momentos de alta do valor do petróleo.
Segundo o
petista, uma das possibilidades seria a implementação de um “colchão de
amortecimento”, ou seja, a instituição de um subsídio para que os valores
cobrados dos consumidores possam ser menores.
Ele também é
crítico da atual política de preços da Petrobras, atrelada à variação do dólar
e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Porém,
prometeu que não haverá nenhuma medida intervencionista na Petrobras. Disse que
as mudanças serão discutidas pelo conselho de administração.