PF prende milicianos Dalmir e seu filho, Taillon, alvo de traficantes que executaram médicos por engano na Barra da Tijuca
PF prende milicianos Dalmir e seu filho, Taillon, alvo de traficantes que executaram médicos por engano na Barra da Tijuca
Prisão de Taillon foi feita em abordagem da PF na Avenida Abelardo Bueno e a do pai, na casa dele. Três homens, PMs e militar da ativa que faziam a segurança de Taillon, também foram presos.
Por Gabriela Moreira, Marco Antônio Martins, TV Globo e g1 Rio
Agentes da
Polícia Federal prenderam nesta terça-feira (31) o miliciano Taillon de
Alcântara Pereira Barbosa e seu pai, Dalmir Barbosa, na Barra da Tijuca, Zona
Oeste do Rio. Os dois foram presos por suspeita de chefiar a milícia de Rio das
Pedras. Novos mandados de prisão foram expedidos pela Justiça.
Taillon
seria o alvo de traficantes que, por engano, executaram médicos na orla da
Barra, no início de outubro.
A prisão foi
feita na Avenida Abelardo Bueno, na altura do número 3.500. Além de Taillon,
três homens – dois policiais militares e um militar da ativa que faziam a
segurança dele, foram presos em flagrante por organização criminosa. Um deles
aparece nas imagens (veja acima) deitado no chão e algemado.
Filho de chefe de milícia
Taillon já
havia sido preso em dezembro de 2020, numa operação do Grupo de Atuação
Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio.
Em julho do
ano passado, foi condenado a 8 anos e 4 meses de prisão por organização
criminosa, devido à sua participação em uma milícia na Zona Oeste.
“Há o
registro de uma série de recentes ‘disque-denúncias’ que indicam que Taillon
apresenta comportamento extremamente violento e exerce proeminente função de comando
na organização criminosa”, diz um trecho da sentença.
Taillon
ficou preso até março deste ano, quando foi colocado em prisão domiciliar. Em
setembro, ele conseguiu liberdade condicional, que permite que o restante da pena
seja cumprida em liberdade.
O g1 apura o
motivo da prisão nesta terça-feira.
Execução por engano
A semelhança
física de Taillon e outras coincidências levaram traficantes rivais à milícia
dele a balearem quatro médicos de fora do Rio que participavam de um congresso
na cidade. Três morreram e um sobreviveu após ser hospitalizado.
Taillon se
parece com uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida. Além disso, o
endereço do miliciano é justamente na Avenida Lucio Costa, a mesma do quiosque
onde ocorreu o crime, na orla da Barra. A polícia investiga se uma pessoa viu o
grupo sentado e informou aos assassinos.
Na imagem da
câmera de segurança, é possível ver um dos atiradores voltando para conferir o
Perseu, já baleado.
Os
principais suspeitos de participar da execução dos médicos foram mortos por
traficantes da sua própria facção, segundo a investigação. Os corpos de dois
deles — Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Nunes de Almeida, o Ryan — foram
localizados em dois carros na Zona Oeste.