PGE pede que Bolsonaro se torne inelegível por mentiras sobre urnas
PGE pede que Bolsonaro se torne inelegível por mentiras sobre urnas
Expectativa é de liberação do caso para plenário nas próximas semanas.
Publicado em 13/04/2023 - 09:49 Por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Em
manifestação enviada nessa quarta-feira (12) ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu que o ex-presidente Jair
Bolsonaro tenha seus direitos políticos suspensos, tornando-se inelegível.
O parecer,
assinado pelo procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet, foi enviado às 23h de
ontem (12), no âmbito do ação de investigação judicial eleitoral (Aije) em que
Bolsonaro é investigado por atacar o processo eleitoral e as urnas eletrônicas,
sem provas críveis, durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em
junho de 2022.
A posição da
PGE é uma das últimas etapas da Aije. Com isso, a expectativa é que o relator
do caso, ministro Benedito Gonçalves, libere o caso para julgamento em plenário
nas próximas semanas, após elaborar seu voto. Caberá ao presidente do TSE,
ministro Alexandre de Moraes, marcar o julgamento.
Na peça,
Gonet destacou que a apresentação de Bolsonaro às representações diplomáticas
reunião um compilado de informações e boatos reiteradamente já desmentidos por
diversos órgãos oficiais.
Caso o
pedido da PGE seja acolhido pelo plenário do TSE, Bolsonaro poderá se tornar
inelegível pelos próximos oito anos.
Por determinação de Gonçalves, a ação sobre os embaixadores corre sob sigilo no TSE. Entre as provas colhidas no processo, encontra-se a chamada minuta do golpe, documento apócrifo que foi encontrado na casa do último ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, em diligência de busca e apreensão conduzida pela Polícia Federal (PF).
Tal minuta
de decreto previa uma espécie de intervenção militar na Justiça Eleitoral, de
modo a impedir a concretização do resultado das urnas. O documento foi incluído
no processo a pedido do PDT, autor da Aije.
Torres
prestou depoimento sobre o documento no TSE. Também foram ouvidos o ex-ministro
da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o almirante Flávio Augusto Viana Rocha,
ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência.
Esta é mais
avançada das 17 Aijes abertas durante as eleições gerais de 2022 e que tem
Bolsonaro como alvo. A defesa de Bolsonaro nega reiteradamente qualquer
irregularidade na reunião, que diz ter se tratado de “um debate de ideias”, sem
cunho eleitoral.
Edição: Maria Claudia