PIB recua em 24 das 27 unidades da Federação em 2020, diz IBGE
PIB recua em 24 das 27 unidades da Federação em 2020, diz IBGE
Apenas Mato Grosso do Sul e Roraima tiveram variações positivas no PIB naquele ano
Por Valor Online 16/11/2022 11h38 Atualizado há 11 segundos
O Produto
Interno Bruto (PIB) caiu em 24 das 27 unidades da federação em 2020, frente a
2019, segundo os dados das Contas Regionais 2020, divulgadas nesta quarta-feira
(16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na semana
passada, o IBGE apresentou a revisão do resultado do Produto Interno Bruto
(PIB) de 2020, de uma queda de 3,9% anteriormente divulgada para uma redução de
3,3%. O movimento faz parte do trabalho rotineiro de incorporar novas pesquisas
e fontes externas ao instituto. Nesta quarta-feira, o instituto divulga pela
primeira vez os desempenhos regionais.
Em 2020,
apenas Mato Grosso do Sul (0,2%) e Roraima (0,1%) tiveram variações positivas
no PIB, influenciados principalmente pela agropecuária. Mato Grosso, também com
impacto do setor, teve estabilidade.
Todas as
demais 24 unidades da Federação tiveram queda, sendo que, em 12 delas, a
retração ficou abaixo da média brasileira (-3,3%).
Segundo as
Contas Regionais, Rio Grande do Sul teve a maior queda em volume (-7,2%),
seguido por Ceará (-5,7%), Rio Grande do Norte (-5%), Espírito Santo (-4,4%),
Rondônia (-4,4%) e Bahia (-4,4%).
No Rio
Grande do Sul, o resultado foi influenciado pela agricultura, que sentiu
impacto da estiagem em 2020, e pelas indústrias de transformação, devido ao
segmento de preparação de couros.
Os demais
recuos foram em Alagoas (-4,2%), Acre (-4,2%), Pernambuco (-4.1%%), Paraíba
(-4,0%), Piauí (-3,5%) e São Paulo (-3,5%).
Oito
estados mudaram de posição
Oito
unidades da federação trocaram de posição no ranking de participação no Produto
Interno Bruto (PIB) na passagem entre 2019 e 2020.
Ao longo da
série histórica, iniciada em 2002, apenas em 2014 e 2016 o número de
movimentações de posições foi maior. Segundo o IBGE, isso reflete o impacto
diferente da pandemia nas diferentes regiões do país.
São Paulo
(31,2%), Rio de Janeiro (9,9%) e Minas Gerais (9%) mantiveram suas posições no
ranking no top 3 das maiores economias do país, embora tenham tido queda na
participação.
Com ajuda da
agropecuária, o Paraná avançou da quinta para a quarta posição. Ao mesmo tempo,
o setor também colaborou para a perda do ganho relativo do Rio Grande do Sul na
economia do país. O Estado sofreu influência negativa da estiagem em 2020, além
das indústrias de transformação, devido ao segmento de preparação de couros.
O Pará,
devido ao ganho relativo atrelado às indústrias extrativas, avançou, da 11ª
para a 10ª posição, ocupando em 2020 a colocação que até o ano anterior era de
Pernambuco.
Mato Grosso,
que também se destacou em 2020 pelo desempenho da agropecuária, avançou para a
12ª posição, ultrapassando o Ceará, que caiu para a 13ª posição.
Mato Grosso
do Sul subiu uma posição, para a 15ª, enquanto o Amazonas caiu para a 16ª, pois
o primeiro elevou sua participação no PIB, de 1,4% para 1,6%, enquanto o
segundo manteve-se com 1,5%, entre 2019 e 2020.
“Houve muita
troca de posição, muito mais que nos anos recentes. Isso é reflexo do primeiro
ano da pandemia e da forma como ela ocorreu, diferentemente entre as unidades
da federação”, diz a gerente de Contas Regionais do IBGE Alessandra Poça.
O movimento
reflete o impacto da pandemia nos setores com mais ou menos peso na economia
dos Estados, aponta ela.
“A
agropecuária cresceu 4,2%, mas representa cerca de 5% do PIB nacional. Nos
Estados do Centro-Oeste, chega a 20% do valor adicionado, o que compensou
parcialmente a queda nos serviços. O Rio Grande do Sul foi um dos poucos
estados onde a agropecuária não colaborou, devido a problemas climáticos”,
afirma.
PIB de
São Paulo perde participação na economia nacional
O Produto
Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo – maior economia do país – caiu 3,5%
em 2020, frente a 2019. A queda foi superior à de 3,3% do PIB nacional em igual
período.
Com isso,
São Paulo perdeu participação na economia brasileira. A fatia, que era de 31,8%
em 2019, caiu para 31,2% em 2020.
De acordo
com as Contas Regionais, o PIB de São Paulo foi influenciado por perdas nas
atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados e em alojamento e
alimentação.
O valor corrente do PIB de São Paulo em 2020 foi de R$ 2,377 trilhões. É mais de três vezes o valor do segundo colocado no ranking, o Rio de Janeiro, com R$ 753,8 bilhões.