Pix é principal meio de pagamento a microempreendedores individuais
Pix é principal meio de pagamento a microempreendedores individuais
Cartão de crédito divide preferência nas micro e pequenas empresas.
Publicado em 02/06/2023 - 07:32 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Sistema de
pagamento mais utilizado pelos brasileiros, o Pix tem se tornado cada vez mais
essencial para o funcionamento dos pequenos negócios. Segundo a terceira edição
da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), 52% dos microempreendedores individuais (MEI)
consideraram a modalidade como o principal meio para receber pagamentos.
Mesmo com
taxas de manutenção consideradas altas pelos MEI, o cartão de crédito ocupa o
segundo lugar na preferência, sendo o meio mais usado por 20% dos
microempreendedores. O dinheiro aparece em terceiro, com 12%.
Entre as
micro e pequenas empresas, que faturam de R$ 82 mil a R$ 4,8 milhões por ano, o
Pix divide a preferência com o cartão de crédito. As duas modalidades aparecem
em primeiro, como principal meio de recebimento de recursos em 27% dos
negócios. Em segundo lugar, vêm os boletos, com 18%.
Em relação ao MEI, o percentual de microempreendedores que consideram o Pix como principal modalidade de recebimento de recursos subiu um ponto em relação à primeira edição da pesquisa, publicada em agosto do ano passado. Segundo o Sebrae, os baixos custos em relação às maquininhas de cartões e a instantaneidade nas transferências consolidam o Pix como ferramenta essencial para a categoria.
Segundo o
Sebrae, outros fatores que estão aumentando a preferência pelo Pix nos pequenos
negócios são a falta de preocupação com troco, a facilidade de controle
financeiro e a praticidade na tomada de decisões de gestão de fluxo de caixa,
como pagamento de fornecedores. Em alguns casos, aponta a instituição, os
empreendedores estão oferecendo descontos para clientes que usam o Pix.
Nas micro e
pequenas empresas, a situação é um pouco diferente. O cartão de crédito
continua a ser usado, segundo o Sebrae, por causa da possibilidade de parcelar
as compras ou de pagar a fatura uma vez por mês. Mesmo com as taxas das
maquininhas, os micro e pequenos empresários continuam a oferecer a modalidade.
Confira
abaixo os dados da pesquisa.
Principal
forma de pagamento utilizada pelos clientes:
Microempreendedor
Individual (MEI)
• Pix –
52%
•
Cartão de crédito – 20%
•
Dinheiro – 12%
•
Cartão de débito – 6%
•
Boleto – 4%
•
Doc/Ted – 2%
• Outro
– 5%
Micro e pequenas empresas
• Pix –
27%
•
Cartão de crédito – 27%
•
Dinheiro – 6%
•
Cartão de débito – 8%
•
Boleto – 18%
•
Doc/Ted – 9%
• Outro
– 5%
Preocupações
A pesquisa
também perguntou qual a principal preocupação entre os donos de pequenos
negócios. O aumento de custos liderou as menções, citado por 38% dos
entrevistados (MEI e micro e pequenos empresários). Apesar de liderar as
inquietações, houve redução de quatro pontos percentuais em relação à primeira
edição da pesquisa.
Em segundo
lugar, vem a falta de clientes, que passou de 24% em agosto para 31% agora.
Segundo o Sebrae, o aumento está relacionado à alta dos juros e ao
endividamento das famílias. Isso porque os juros altos freiam o consumo e
aumentam a preocupação dos donos de pequenos negócios em ter para quem vender,
o que supera a preocupação com os custos maiores.
O receio de
falta dos clientes, mostrou o levantamento, tem segurado os empreendedores a
repassarem os aumentos de custos aos consumidores. Embora 78% tenham relatado
aumento de gastos com insumos, combustíveis, aluguel e energia nos últimos 30
dias, 49% não repassaram o impacto para os clientes, 41% repassaram
parcialmente e somente 8% repassaram totalmente os maiores custos. Um total de
2% não soube ou não respondeu.
Em agosto do
ano passado, 76% dos donos de pequenos negócios reclamavam do aumento de
custos. Desse total, 43% não repassaram, 47% repassaram parcialmente e 9%
totalmente.
A combinação de queda no número de clientes e custos maiores atingiu o faturamento dos pequenos negócios. Segundo a pesquisa, 42% relataram queda nas receitas em relação ao mesmo período do ano passado e apenas 25% faturaram mais. Em média, o faturamento caiu 10%. Entre os 22 segmentos analisados, somente dois estão faturando mais neste ano: indústria alimentícia e serviços empresariais.
A terceira
edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios foi realizada entre 24 de abril
e 2 de maio, por meio de formulário online. Ao todo, 7.537 empreendedores dos
26 estados e do Distrito Federal participaram do levantamento. A pesquisa tem
margem de erro de 1 ponto percentual para cima ou para baixo.
Edição:
Graça Adjuto