PL da Saidinha: governo deve manter tornozeleira e exame criminológico, mas quer permitir visita à família
PL da Saidinha: governo deve manter tornozeleira e exame criminológico, mas quer permitir visita à família
Presidente tem até o final desta quinta-feira (11) para definir extensão do veto.
Por Julia Duailibi, Guilherme Balza, GloboNews
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá manter no texto do PL da Saidinha as
exigências de que o preso use tornozeleira eletrônica durante as saídas
temporárias e que passe por um exame criminológico para progredir de regime.
Lula, no entanto, deverá vetar o trecho que impede o preso de visitar a família
durante as saídas temporárias.
O presidente
tem até o final desta quinta-feira (11) para definir a extensão do veto.
Auxiliares
de Lula afirmam que o ponto da visita aos familiares é “inegociável”. O veto a
esse trecho tem potencial para gerar atrito com o Congresso, porque esse é
considerado o cerne do projeto de lei. A proposta que foi aprovada na Câmara e
no Senado autoriza a saída temporária apenas para que o preso realize cursos
profissionalizantes, e não para visitar a família ou para outras medidas de
ressocialização.
O Ministério
da Justiça enviou seu parecer ao presidente. Também opinaram sobre o tema os
ministérios da Igualdade Racial e Direitos Humanos, que defendem o veto total,
e a Secretaria de Relações Institucionais, que tem uma posição mais pragmática.
Os líderes do governo na Câmara, José Guimarães, e no Senado, Jaques Wagner,
defendem a sanção integral da matéria.
Uso de
tornozeleira eletrônica é consenso
Já o uso
obrigatório de tornozeleira eletrônica durante as saídas é ponto pacificado. A
Lei de Execuções Penais, de 1984, não previa essa obrigação.
Sobre o
exame criminológico atestando que o preso reúne condições para progredir de
pena, inicialmente, o Ministério da Justiça entendia que a exigência teria que
ser vetada por inviabilizar qualquer tipo de progressão, mas houve uma mudança
de leitura.
Ainda está
em debate no governo a extensão do benefício para quem cometeu crime hediondo.
O projeto aprovado no Congresso só autoriza a saída temporária para quem não
cometeu qualquer tipo de crime hediondo, incluindo tráfico de drogas.
Alguns ministros defendem que essa condição deve ser determinada apenas para crimes que envolvam morte ou alguma conduta mais violenta, mas não necessariamente qualquer tipo de crime hediondo.