Plano Safra: governo federal promete novo recorde para ciclo 2024/2025
Plano Safra: governo federal promete novo recorde para ciclo 2024/2025
Na Agrishow, ministro da Agricultura informou que política de financiamento para produtores rurais deve ter juros mais baixos do que até este ano. No programa atual, União disponibilizou R$ 435,8 bilhões.
Por Rodolfo Tiengo, g1 Ribeirão Preto e Franca
Ainda sem
antecipar valores, o ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro informou
neste domingo (28) que o volume de recursos a serem oferecidos no Plano Safra
2024/2025 deve representar um novo recorde e com taxas de juros mais baixas do
que as aplicadas no ciclo anterior.
Anunciada
anualmente geralmente no meio do ano, a principal política de financiamento da
agropecuária brasileira representou R$ 435,8 bilhões em diferentes linhas no
ciclo 2023/2024 para investimento, custeio e capital de giro em diferentes
modalidades. Com uma elevação de 27%, até então esse é o maior valor já
concedido ao setor na história.
Nas próximas
semanas, de acordo com Fávaro, novas reuniões com outros ministros devem
definir detalhes do programa.
“Nós
recebemos sugestões das entidades representativas de classe, que nos sugerem e
mostram a necessidade de um Plano Safra ainda maior que o plano recorde de
2023/2024. E a expectativa é que a gente consiga, e já é determinação do
presidente Lula, que o Plano Safra seja de novo recorde, seja maior, eficiente,
traga oportunidade no campo”, disse o ministro.
Fávaro, que
esteve em Ribeirão Preto no domingo com o vice-presidente Geraldo Alckmin na
cerimônia oficial de abertura da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola
do país que abriu para o público nesta segunda-feira (29), também confirmou que
as taxas de juros devem ser menores que as praticadas até este ano.
“O Brasil
ainda tem juros escandalosos. (…) Os juros começaram a ceder, certamente vão
ceder no Plano Safra também. Serão menores do que no ano passado. De quanto [as
taxas de juros] serão depende ainda dos cálculos do Tesouro, do orçamento, da
responsabilidade fiscal.”
Novas
linhas de crédito
O ministro
ainda confirmou que os produtores rurais do país em breve poderão contar com
novas linhas de crédito. Uma delas virá do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (Bndes), abrangendo de custeio a capital de giro e
investimento, e de áreas como armazenagem, para produtores em dificuldades
financeiras durante a safra, seja por questões climáticas ou de mercado.
“Essa é uma
linha complementar à autorização do conselho monetário nacional, a pedido do
presidente Lula para que todos aqueles que tiverem dificuldade possam prorrogar
os seus investimentos ou custeios, para que possam ou se recapitalizar ou até
pagar alguma dívida privada.”
Em paralelo
a isso, quem atua com conversão de pastagens e produção sustentável no agro
brasileiro poderá contar, em breve, com linhas de crédito a juros reduzidos,
oferecidas pela Agência de Cooperação Internacional do Japão Representação no
Brasil, a Jica. Uma parceria que deve ser consolidada com a visita do primeiro
ministro japonês ao Brasil.
“A Jica, que
é o banco de investimento japonês, anuncia pra agricultura e agricultura
familiar uma linha de crédito com o Brasil, com juros bastante compatíveis,
posso dizer a vocês: 2% ao ano, um pouquinho a mais que 2% ao ano, depois tem o
spread bancário agregado a isso. Veja que não precisamos só pensar no tesouro,
no orçamento geral da União para poder oferecer recursos competitivos aos
produtores. É trabalhar nos mais variados aspectos pra que chegue recurso com
juro barato e abundante para os nossos produtores.”
Plano
Safra
Destinado a
ajudar no custeio e nos investimentos do setor agropecuário brasileiro, o Plano
Safra é divulgado todos os anos geralmente no período entre maio e junho e com
validade entre julho e junho do ano seguinte.
Para o
período compreendido entre 2023 e 2024, o governo federal anunciou um total de
R$ 435,8 bilhões, dos quais 73% já tinham sido utilizados até o início de
abril. Mas valores voltados para renovação e expansão da frota agrícola já não
estavam disponíveis.
Enquanto o
novo Plano Safra não é anunciado, diferentes entidades ligadas ao campo
apresentam suas propostas. A Federação da Agricultura do Estado do Paraná
(Faep), com outros sindicatos rurais, por exemplo, solicitou um montante total
de R$ 568 bilhões para 2024/2025 e taxas de juros de até 9%.
Representantes
setoriais ligados à Agrishow, por sua vez, também apresentaram demandas
específicas, que somam R$ 36 bilhões para investimentos em máquinas agrícolas.
De acordo
com Pedro Estevão Bastos Oliveira, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e
Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, foram solicitados R$ 26 bilhões pelo
Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos
Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), incluindo valores para o médio
produtor (Moderfrota Pronamp), além de R$ 10 bilhões pelo Pronaf Mais
Alimentos.