Polícia Civil recupera no Rio 8 das 21 metralhadoras furtadas do Exército em São Paulo

Polícia Civil recupera no Rio 8 das 21 metralhadoras furtadas do Exército em São Paulo

Investigação descobriu que armas deixaram a Rocinha e foram enviadas para a comunidade Gardênia Azul, na Zona Oeste. Também nesta quinta, Exército identificou suspeitos do furto.


Por Leslie Leitão, Marco Antonio Martins, Bette Lucchese, G1 Rio e RJ2

Oito das 21 metralhadoras do Exército que foram furtadas do Arsenal de Guerra do Quartel em Barueri, em São Paulo, foram interceptadas nesta quinta-feira (19) na entrada da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio.

A apreensão de 4 metralhadoras ponto 50 e outras 4 MAGs, calibre 7,62, foi feita por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil do RJ, com apoio da Inteligência do Exército. Ninguém foi preso (entenda aqui).

Outras 13 armas ainda estão desaparecidas: 7 ponto 50, capazes de derrubar aeronaves, e 6 MAGs, usada para combate.

O furto foi descoberto no último dia 10 de outubro, mas, segundo apurou o g1, as armas foram levadas do Exército no feriado de 7 de setembro. A investigação já identificou suspeitos de participação no furto.

 

Armas oferecidas em vídeo estão entre apreendidas

Como o g1 revelou na quarta-feira (18), um vídeo (veja acima) de quatro dessas armas sendo oferecidas a traficantes do Comando Vermelho (CV) foi interceptado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que comunicou à inteligência do Exército.

As quatro armas que aparecem no vídeo estão entre as oito apreendidas nesta quinta.

Policiais descobriram que que parte desse arsenal havia, de fato, sido comprada, depois de ter sido oferecido em quatro favelas dominadas pela facção: Nova Holanda, no Complexo da Maré; Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha; Rocinha e Cidade de Deus.

Elas seriam usadas na disputa entre facções que há quase um ano aterroriza a região de Jacarepaguá.

Na manhã de quarta-feira , novas informações da inteligência da polícia indicaram que haveria uma movimentação de armas, da Favela da Rocinha, em São Conrado, para a Gardênia Azul.

O veículo foi monitorado, mas os agentes da DRE optaram por não tentar abordar o carro no trajeto, já que poderia haver um tiroteio durante o horário de maior congestionamento na cidade.

Quando receberam a informação de que o carro havia chegado à comunidade em Jacarepaguá, cerca de 20 policiais da DRE e da Polinter, entraram na comunidade e encontraram o veículo parado sem ninguém no entorno. Não houve troca de tiros e ninguém foi preso.

As armas estavam dentro de um carro na comunidade. O veículo, que era roubado, também foi apreendido.

O Comando Militar do Sudeste já foi comunicado pela Polícia Civil do Rio sobre as metralhadoras recuperadas.

Agora, as armas serão levadas para alguma unidade militar do Rio de Janeiro, onde ficarão guardadas até o Comando Militar designar militares para buscá-las.

 

Capacidade para derrubar aeronaves

Os disparos de metralhadoras ponto 50 são capazes de derrubar aeronaves. Helicópteros da polícia são frequentemente alvo de traficantes no Rio – dois deles foram atingidos este mês.

O peso médio de cada uma delas é, em média, de 4,5 quilos. 

Metralhadoras furtadas do Exército recuperadas no RJ — Foto: Leslie Leitão/TV Globo
Polícia Civil apreende quatro metralhadoras em favela do RJ — Foto: Reprodução

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