Polícia do DF não descarta que marido e sogro de cabeleireira desaparecida sejam vítimas, mas diz que essa não é principal linha de investigação
Polícia do DF não descarta que marido e sogro de cabeleireira desaparecida sejam vítimas, mas diz que essa não é principal linha de investigação
Hipótese da polícia de que Thiago de Oliveira e Marcos Antônio Lopes são mandantes do crime é baseada no depoimento de um dos suspeitos presos. Crime seria motivado por dinheiro, aponta investigação.
Por g1 DF 18/01/2023 11h33 - Atualizado há uma hora
A Polícia Civil do Distrito Federal afirmou, nesta quarta-feira (18), que não descarta a possibilidade de que Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, marido da cabeleireira Elizamar Silva, e Marcos Antônio Lopes de Oliveira, sogro de Elizamar, sejam vítimas do caso da família desaparecida no Distrito Federal. No entanto, essa não é a principal linha de investigação seguida pela corporação.
A apuração começou após o desaparecimento da cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos, e dos três filhos dela: Gabriel, de 7 anos, Rafael e Rafaela – gêmeos de 6 anos de idade. As outras vítimas seriam Renata Juliene Belchior, de 52 anos, mãe de Thiago e sogra de Elizamar, e Gabriela Belchior Oliveira, de 25 anos, cunhada da cabelereira e irmã de Thiago.
A hipótese da polícia de que Thiago e Marcos Antônio são mandantes do crime é baseada no depoimento de um dos suspeitos presos. Segundo Horácio Carlos Ferreira Barbosa, de 49 anos, ele e Gideon Batista de Menezes, de 55 anos, receberam R$ 100 mil para matar a cabeleireira, os três filhos, a sogra e a cunhada da mulher.
A Polícia Civil de Goiás chegou a confirmar que Thiago e Marcos Antônio são, na verdade, vítimas do crime. No entanto, a corporação no DF nega que a hipótese esteja confirmada.
“As investigações prosseguem no intuito de verificar a versão apresentada, isto é, se o pai das crianças e o avô estão vivos e se realmente foram coautores do hediondo crime”, ressalta o delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia, Ricardo Viana.
Um terceiro suspeito também já foi preso. Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos, teria sido responsável por vigiar Renata e Juliana, que foram mantidas em um cativeiro, segundo a investigação.
Motivação
A suspeita é que o crime teria sido motivado por dinheiro. O investigado disse que Thiago e Marcos Antônio queriam uma quantia que Elizamar guardava em uma conta bancária, além de R$ 400 mil que Renata Juliene Belchior, de 52 anos, mãe de Thiago e esposa de Marcos Antônio, tinha, pela venda de uma casa em Santa Maria, no DF.
Segundo os investigadores, o dinheiro na conta de Elizamar seria usado para investir no salão de beleza que ela tinha acabado de abrir na Asa Norte, região central de Brasília.
Em depoimento, o preso ainda afirmou que uma amante de Marcos Antônio e a filha dessa mulher também estariam envolvidas no crime. As duas são consideradas desaparecidas pela corporação.
O crime
A Polícia Civil disse que Horácio contou que a ideia era atrair Elizamar ao Paranoá para que o crime fosse cometido. No entanto, Thiago, o marido da cabeleireira – que pediu para a mulher buscá-lo na região – não sabia que ela estava com as crianças.
“Por conta disso, a dinâmica do crime mudou”, disse o delegado. Segundo ele, o objetivo era subtrair uma quantia em dinheiro que a mulher guardava em uma conta bancária e matá-la, em seguida.
Como as crianças estavam no carro, Marcos Antônio (avô das crianças), Thiago (pai das crianças), Gideon e Horácio (os homens contratados para cometer o crime) levaram as vítimas para Cristalina (GO). No local, todos foram sufocados, e os criminosos atearam fogo no veículo, segundo o depoimento do suspeito.
De acordo com o delegado, Horácio afirmou que Elizamar tentou resistir, mas foi enforcada. Segundo o suspeito, Thiago teria matado um dos próprios filhos antes de atear fogo no carro da família.
Sequestro e assassinato
De acordo com o depoimento de Horácio, ele, Gideon, Marcos Antônio e o próprio Thiago sequestraram Renata e Gabriela, as mantiveram por cinco dias em um cativeiro, em Planaltina, e as assassinaram da mesma forma que Elizamar e os filhos.
Marcos Antônio era marido de Renata Juliene e pai de Gabriela. Segundo a investigação, Renata tinha vendido uma casa na região de Santa Maria por R$ 400 mil, e a ideia de Marcos era matá-la para ficar com o dinheiro e fugir com a amante.
De acordo com o delegado, após mantê-las em cárcere privado, os suspeitos não conseguiram o dinheiro e as levaram de carro para Unaí (MG), onde asfixiaram e mataram as vítimas.
De acordo com o investigador, o depoimento de Horácio foi “robusto”, mas todas as informações ainda vão ser confirmadas pelos policiais. Como uma das provas, o delegado afirma que há imagens que mostram Gideon comprando gasolina em Cristalina (GO) para atear fogo no carro de Elizamar.