Polícia Federal quer ouvir Michelle Bolsonaro sobre pagamentos em dinheiro vivo relatados por Mauro Cid
Polícia Federal quer ouvir Michelle Bolsonaro sobre pagamentos em dinheiro vivo relatados por Mauro Cid
Mensagens foram descobertas no celular do braço direito de Mauro Cid. Defesa do ex-presidente nega irregularidades.
São Paulo 16/05/2023 10h13 - Atualizado há 37 minutos
A Polícia
Federal quer ouvir a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre os pagamentos em
dinheiro vivo relatados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da
República.
Uma quebra
de sigilo mostrou que Cid – que foi braço direito de Jair Bolsonaro (PL)
durante os 4 anos no Planalto – orientou que despesas da ex-primeira-dama
Michelle Bolsonaro e de parentes fossem pagas em dinheiro vivo.
As mensagens
mostram ainda Mauro Cid indicando às assessoras que depositassem valores em uma
conta bancária de Michelle. As informações foram reveladas em reportagem do
site “UOL” e confirmadas nesta segunda-feira (15) pela TV Globo.
A
comunicação entre os funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência da República
– que atendia Jair Bolsonaro e Michelle – mostra que os pagamentos dessas
despesas eram feitos sempre da mesma forma: em dinheiro vivo e de forma
fracionada.
Essa
prática, segundo a Polícia Federal, dificulta a identificação de quem enviou o
dinheiro.
A defesa de Bolsonaro negou irregularidades.
A PF ainda
não marcou depoimento de Michelle nem definiu em que inquérito ela poderia ser
ouvida. As mensagens de Cid sobre os pagamentos foram obtidas no inquérito
sobre vazamentos de dados de uma investigação não concluída do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
Foi também
dessa investigação que surgiram os indícios que levaram à apuração de fraudes
em cartões de vacinação pela qual Cid está preso provisoriamente.
Cid:
Bolsonaro preferia pagamentos na boca do caixa
Em abril,
pouco mais de um mês antes de ser preso, Cid – que fazia questão de dizer que
acompanhou Bolsonaro nos 4 anos da presidência e que, nas palavras dele, viveu
99% do que aconteceu no Planalto durante a gestão anterior – relatou em
conversa privada que Bolsonaro tinha o costume de evitar o uso de caixas
eletrônicos ou cartões de créditos.
Segundo o
ajudante de ordens, Bolsonaro pedia que suas contas pessoais fossem pagas
direto “na boca do caixa”
Esse
costume, Cid afirmou, levou o ex-presidente a chegar ao fim do mandato sem
dinheiro no banco para “comprar uma casa” – em 2022, Bolsonaro
declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter cerca de R$ 900 mil em contas
correntes e poupanças.
O
ex-assessor relata que tinha conhecimento sobre a rotina nas contas do
ex-presidente, tirando extratos semanais para, alegava, checar se não havia
ocorrido algum depósito não solicitado que pudesse causar problemas para
Bolsonaro.