População do Brasil passa de 203 milhões, mostra Censo 2022
População do Brasil passa de 203 milhões, mostra Censo 2022
Crescimento da população, de 0,52%, é o menor desde 1872.
Publicado em 28/06/2023 - 10:01 Por Cristina Índio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O Censo 2022
mostra que a população do Brasil atingiu 203.062.512 pessoas, com aumento de
12,3 milhões desde a última coleta, feita para o Censo 2010. Os dados foram
divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A diferença, de 6,5%, significa que o crescimento médio da
população nos últimos anos foi de 0,52%, o menor registrado no país desde 1872,
quando foi realizado o primeiro censo do país.
Os dados têm
como data de referência o dia 31 de julho de 2022 e fazem parte dos primeiros
resultados de População e Domicílios do Censo Demográfico 2022. Segundo o IBGE,
eles “apresentam um conjunto de informações básicas sobre os totais
populacionais de domicílios no país em diferentes níveis geográficos e
diferentes recortes, além de diversos indicadores derivados dessas informações,
como a média de moradores por domicílio, a densidade demográfica e a taxa de
crescimento anual da população”.
Regiões
Com 84,8
milhões de habitantes, a Região Sudeste se manteve como a mais populosa. O
total de habitantes equivale a 41,8% da população do país. Na sequência estão o
Nordeste (26,9%), Sul (14,7%) e o Norte (8,5%). A região menos populosa é a
Centro-Oeste, com 16,3 milhões de habitantes ou 8,02% da população do país.
Se levar em
conta a comparação dos censos demográficos de 2010 e 2022, o crescimento anual
da população não ocorreu de maneira uniforme entre as grandes regiões. Embora
seja menos populoso, o Centro-Oeste registrou maior crescimento, resultando em
taxa média de 1,2% ao ano nos últimos 12 anos.
“Na
composição da taxa de crescimento anual, por região, observamos que o Norte,
que mais crescia entre o Censo 1991 e 2000 e entre 2000 e 2010, perde o posto
para o Centro-Oeste que, nesta década, ao longo dos últimos 12 anos, registrou
crescimento de 23% ao ano”, disse o gerente técnico do Censo 2022, Luciano
Tavares Duarte, em entrevista para apresentação dos resultados.
Os menores
crescimentos populacionais ficaram com o Nordeste e o Sudeste. A taxa é menor
que a média do Brasil, de 0,52% ao ano.
“Seguindo a
tendência histórica de redução de crescimento da população total, as taxas
calculadas para as cinco grandes regiões são mais baixas que aquelas estimadas
para os dois períodos intercensitários anteriores”, observou o IBGE.
Estados
São Paulo,
Minas Gerais e o Rio de Janeiro são os três estados mais populosos do país e
concentram 39,9% da população. “Só o estado de São Paulo, com 44 milhões 420
mil 459 pessoas recenseadas, representando 21%, representa um quinto da
população”, mostrou o gerente.
Na sequência
ficaram a Bahia, o Paraná e Rio Grande do Sul. Em sentido oposto estão os
estados localizados na fronteira norte do Brasil., entre eles Roraima, que
segue como o estado menos populoso (com 636 303 habitantes), seguido do Amapá e
do Acre. O Censo 2022 mostra ainda que 14 estados e o DF tiveram taxas médias
de crescimento anual acima da média nacional (0,52%) entre 2010 e 2022.
Apesar de
ser o menos populoso, o estado com maior crescimento populacional foi Roraima,
onde a taxa de crescimento média anual chegou a 2,92% no período, único a
superar a marca dos 2% ao ano.
Domicílios
Houve
aumento também no número de domicílios do país. Conforme o Censo 2022, a alta é
de 34% ante o Censo 2010, totalizando 90,7 milhões. As unidades domiciliares
foram classificadas na pesquisa atual em categorias, de acordo com sua espécie.
O critério levou em consideração a situação de seus moradores na data de
referência da operação. As categorias são domicílios particulares permanentes
ocupados, domicílios de uso ocasional, domicílios vagos, domicílios
particulares improvisados ocupados e domicílios coletivos com moradores e sem
moradores.
A intenção
da operação censitária é coletar as informações das pessoas moradoras nos
domicílios. No entanto, nem sempre, no momento da visita, o recenseador
consegue fazer as entrevistas ou porque os moradores se recusam a responder ou
porque não há ninguém no imóvel naquele momento. Nesses casos, a partir da
Contagem Populacional 2007, o IBGE passou a incluir a imputação de moradores em
domicílios ocupados sem entrevista realizada. Países como Austrália, Canadá,
Estados Unidos, México e Reino Unido também adotam esse método.
Os
domicílios particulares permanentes vagos cresceram 87% e atingiram 11,4
milhões. Já os de uso ocasional, em 12 anos, aumentaram 70%, chegando a 6,7
milhões. Desde 2010, os domicílios particulares permanentes ocupados aumentaram
26% e os não ocupados, 80%. “Existe uma diferença no crescimento entre os
domicílios que estavam habitados e os não habitados, aumentando de 10 milhões
para 18 milhões”, disse o gerente.
“O vago é o
domicílio que está para alugar ou para vender, efetivamente vazio, e o
ocasional, em sua maioria, é composto por domicílios de veraneio. A gente teve
um aumento tanto nos domicílios que estão vazios, quanto nos que são utilizados
para veraneio”.
No total de
unidades domiciliares recenseadas em 2022, 90,6 milhões eram domicílios
particulares permanentes, 66 mil domicílios particulares improvisados e 105 mil
domicílios coletivos. A média de moradores por domicílio no país é de 2,79
pessoas. Esse resultado representa queda em relação ao Censo de 2010. Naquela
época, a média era de 3,31 moradores por domicílio.
Ainda de
acordo com o Censo 2022, entre os permanentes, 72,4 milhões ou 80% estavam
ocupados. Mesmo com o avanço do número absoluto de domicílios particulares
permanentes ocupados, frente a 2010, a proporção de ocupação dos domicílios
particulares permanentes recuou. Segundo o IBGE, em 2010 havia 57,3 milhões de
domicílios particulares permanentes ocupados, o que representa 85,1% do total
de domicílios particulares permanentes.
Por regiões,
o Censo 2022 mostrou variações na ocorrência proporcional de domicílios particulares
permanentes vagos. Enquanto na Norte ficou em 12,6%, no Nordeste foi 15,0%, no
Sudeste 11,9%, no Sul 10,5% e no Centro-Oeste 12,6%. “A Região Nordeste se
destaca como a de mais elevado percentual, assim como ocorreu em 2010,
sobretudo em municípios localizados no interior. Os estados com maior e menor
percentual de domicílios particulares vagos foram, respectivamente, Rondônia
(com 16,7%) e Santa Catarina (8,8%)”.
Densidade demográfica
A densidade
demográfica do país na última pesquisa censitária foi estimada em 23,8
habitantes por quilômetro quadrado (km²).De acordo com o IBGE, esse número
continua desigual entre as regiões. “No Norte, que tem área de 3 850 593 km²,
ou 45,2% do território do país, a densidade é de 4,5 habitantes/km². Já na região
mais populosa, o Sudeste, a média é de 91,8 habitantes por quilômetro
quadrado”, relatou o órgão.
A densidade
domiciliar, que é representada pela relação entre moradores nos domicílios
particulares permanentes ocupados e o número de domicílios particulares
permanentes ocupados, recuou 18,7% no período censitário de 2022, índice mais
acentuado que os 13,5% notificados entre os censos 2000 e 2010, passando de 3,3,
em 2010, para 2,8, em 2022.
A maior densidade domiciliar (3,3 moradores por domicílio) foi registrada na Região Norte, enquanto a Sul foi a menor (2,6 moradores por domicílio). No contexto estadual, as médias oscilam entre 2,5, no Rio Grande do Sul, e 3,6, nos estados do Amazonas e Amapá. “Apenas sete estados têm média de moradores por domicílio maior ou igual a 3: os já citados Amazonas e Amapá, Roraima, Pará, Maranhão, Acre e Piauí”, informou o IBGE.
Ao todo,
foram aplicados 62.388.143 questionários básicos, o que representou 88,9%.
Nesse questionário havia 26 quesitos e o tempo de aplicação era de seis
minutos. Já o ampliado levava 16 minutos e tinha 77 questões. Nesse modelo
foram 7.772.064, ou 11,1%.
Edição:
Graça Adjuto