Por que crianças são maioria entre as 268 vítimas de terremoto na Indonésia
Por que crianças são maioria entre as 268 vítimas de terremoto na Indonésia
Tremor atingiu a ilha de Java na segunda-feira (21) e também foi sentido na capital, Jacarta, e ocorreu durante o horário escolar - muitas escolas ainda não estão preparadas para terremotos. Índice alto de mortos também é explicado por pouca profundidade do epicentro do terremoto, de magnitude 5,6.
Por g1 22/11/2022 12h08 Atualizado há 16 minutos
Embora terremotos sejam bastante comuns na Indonésia, o tremor que atingiu o país nesta semana deixou uma marca particularmente triste: uma grande parte das vítimas eram crianças.
Segundo o governo, a maioria dos 268 mortos por conta do tremor eram estudantes primários que estavam em escolas no momento do terremoto, que devastou parte da ilha de Java – a principal do país -, onde ocorreu o epicentro, e deixou outras 58 mil pessoas desabrigadas.
O terremoto ocorreu por volta das 13h no horário local e foi bastante sentido também no centro da capital, Jacarta.
O diretor da Agência Nacional de Resgate e Buscas do governo indonésio, Henri Alfiandi, afirmou que a maioria das vítimas eram crianças que estavam na escola no momento do tremor, que ocorreu as 13h no horário local.
Ainda não há um balanço oficial com o número de menores de idade entre as vítimas, mas o governo disse que dezenas delas ainda estão desaparecidas.
“Dois filhos meus filhos sobreviveram, eu cavei a terra e os encontrei. Outros dois foram encontrados, e um ainda está desaparecido”, contou à agência de notícias Reuters uma moradora de Cianjur, município de Java, identificada como Cucu, de 48 anos.
Até a última atualização desta notícia, 151 pessoas ainda estavam desaparecidos.
Apesar da destruição causada, o tremor não foi dos mais altos no país – segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que registra terremotos no mundo inteiro, a magnitude foi de 5,6. Apenas alguns dias antes, outro terremoto, desta vez com magnitude 6,7, atingiu a ilha indonésia de Sumatra, mas não deixou vítimas nem rastro da destruição registrada no caso de Java.
A principal explicação que as autoridades dão para o alto número de vítimas é que, neste caso, a profundidade do epicentro foi rasa – de cerca de 10 quilômetros. Dessa forma, a potência do tremor foi mais sentida na superfície do que o normal no país.
Mas a infraestrutura e a pouca preparação dos imóveis públicos, como as escolas, também explicam o número de mortos. Mesmo os tremores sendo muito frequentes no país, a maioria das casas e prédios não está adaptada para o fenômeno. Governos locais alegam não ter verba para reformar as construções.
O governo e a imprensa local relatam um cenário de destruição na parte ocidental de Java, com estradas destruídas e prédios e casas no chão – segundo autoridades locais, 22 mil imóveis desabaram parcial ou totalmente.
Com o difícil acesso, os hospitais do município de Cianjur, em Java – epicentro dos tremores – não conseguiram dar conta de atender os feridos, e muitos deles estão em tendas improvisadas ou simplesmente em colchonetes no meio das ruas, onde recebem medicação intravenosa.