Por que Lewis Hamilton deixou a Mercedes rumo à Ferrari? Entenda
Por que Lewis Hamilton deixou a Mercedes rumo à Ferrari? Entenda
Presidente da Ferrari e novo regulamento de motores em 2026 teriam influenciado decisão do heptacampeão; Mercedes não conseguiu vencer em 2023 após insistência em conceito falho.
Por Redação do ge — Maranello, Itália
O mercado de
pilotos da F1 já se movimentou antes mesmo do início da temporada 2024 – e com
uma transação que entrará para os livros de história. Nesta quinta-feira, a
Ferrari anunciou que terá Lewis Hamilton, que deixará a Mercedes em 2025 após
11 anos e seis títulos mundiais conquistados até agora. Mas o que pode ter motivado
a decisão do heptacampeão?
Segundo a
própria F1, o presidente da Ferrari John Elkann – um dos responsáveis pela ida
de Cristiano Ronaldo à Juventus – foi peça central na negociação, e os dois
estabeleceram uma relação amistosa ao longo de diversas reuniões. A ideia
inicial seria contar com Lewis na escuderia italiana já em 2024, mas, se não
fosse possível, o foco seria ter Hamilton em algum momento antes de sua
aposentadoria.
Em outubro
de 2023, dois meses depois de renovar seu contrato com a Mercedes até 2025, o
heptacampeão revelou que já tinha tido conversas casuais com a Ferrari, mas sem
quaisquer propostas oficiais.
O interesse de Lewis pela equipe de Maranello teria aumentado no inverno europeu, quando recebeu uma nova ligação da Ferrari. O britânico já possuía uma melhor dimensão do que a Mercedes poderia entregar em 2024. No ano passado, a octacampeã de construtores não venceu pela primeira vez desde 2011, tendo insistido inicialmente no falho conceito de “zeropod” de 2022; Hamilton passou o segundo ano sem vitórias na carreira.
Outro fator
de peso na mudança seria a promessa de desenvolvimento da Ferrari visando o
próximo regulamento de motores. A partir de 2026, a F1 viverá uma revolução em
suas unidades de potência, com aumento no uso de energia elétrica e combustíveis
100% sustentáveis.
O potencial
da escuderia italiana é assegurado pela contratação de Loic Serra, ex-diretor
de performance de veículos da Mercedes e que vai para Maranello no ano que vem.
Serra tem quase 20 anos de experiência na F1, e faz parte das Flechas de Prata
desde que o time voltou à categoria em 2010. Não é impossível, também, que
Hamilton traga outros nomes técnicos consigo.
O jornalista
e consultor francês Marc Limacher apurou, ainda, que a nova oferta feita a
Hamilton pela Ferrari seria de 40 milhões de euros (cerca de R$ 213 milhões). A
proposta inclui um bônus de 20 milhões, ou R$ 106 milhões, para a organização
do heptacampeão “Mission 44”. A iniciativa apoia a inserção de jovens
de minorias sociais no automobilismo.
Além disso,
Hamilton tem na Ferrari uma folha em branco para trabalhar de modo semelhante
ao que fez na Mercedes fora das pistas: com ele, a equipe alemã deu mais espaço
para a temática da diversidade e também deu início ao Projeto Accelerate 25,
que quer aumentar o número de funcionários não-brancos do time até o ano que
vem.
John Elkann,
presidente da marca italiana, ainda ofereceu a criação de um fundo de
investimento em sua empresa, Exor, para os projetos pessoais de Hamilton, no
valor de 250 milhões de euros, equivalente a R$ 1,3 bilhão. Por sua vez, a
Mercedes teria negado a Hamilton a possibilidade de torná-lo embaixador da marca
até 2035.
Por fim,
Hamilton decidiu encerrar a parceria de 11 anos com a Mercedes, tendo informado
a equipe sobre a mudança nesta quarta-feira, na véspera do anúncio.
O que
facilitou o acordo foi o fato do contrato de Hamilton com a Mercedes ser de um
ano, até o fim de 2024, com possiblidade de extensão até 2025 – mas com uma
cláusula que permitiria ao heptacampeão romper o vínculo com a equipe alemã.
Após os anúncios oficiais, Wolff confirmou o prazo do contrato acertado no
último ano com o piloto.
A Ferrari
amarga 15 anos sem vencer um título de construtores; o último foi em 2008,
justamente quando Hamilton superou Felipe Massa em Interlagos e conquistou a
primeira de sete taças na carreira. O último piloto campeão pela escuderia
italiana foi Kimi Raikkonen em 2007, ano em que o então calouro Lewis foi
vice-campeão por um ponto de diferença.
Quando
debutar pela Ferrari em 2025, Hamilton terá 40 anos de idade. A temporada 2025
será a 19ª na carreira do britânico, heptacampeão e recordista de vitórias na
história, com 103. Além disso, Lewis acumula 104 pole positions e 197 pódios
desde a estreia pela McLaren, há 17 anos.
O britânico
vai substituir Carlos Sainz, que ainda não anunciou os próximos passos da
carreira na F1. Ao lado de Hamilton estará Charles Leclerc, que recentemente
renovou o vínculo com a Ferrari em contrato multianual, sem duração revelada.
O novo
vínculo também vai permitir um reencontro entre Hamilton e Frederic Vasseur,
atual chefe de equipe da Ferrari. O francês comandou o heptacampeão na ART
Grand Prix, equipe de base que ajudou a fundar; Lewis foi campeão da GP2 (atual
Fórmula 2) em 2006.
A F1 retorna
em 2 de março de 2024 com o GP do Bahrein, primeira de 24 etapas na maior
temporada da história da categoria. Veja o calendário completo aqui, assim como
as sedes e GPs a receber as seis corridas sprint.
Na temporada
2024, o Cartola Express também terá a Fórmula 1 e você vai poder escalar os
principais pilotos a partir do dia 25/02.