Por unanimidade, STF mantém prisão de Domingos Brazão
Por unanimidade, STF mantém prisão de Domingos Brazão
Ele é acusado como mandante do assassinato de Marielle Franco em 2018.
Andre Richter - Repórter da Agência Brasil
Por
unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
segunda-feira (18) manter a prisão do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio
de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, acusado de envolvimento como mandante do
assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em
2018.
O
entendimento foi formado no julgamento virtual no qual a defesa do acusado
pretendia reverter a decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes, que
determinou a prisão de Domingos, cumprida em março deste ano. Brazão está preso
na penitenciária federal em Porto Velho.
Além do
relator, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino e Luiz Fux se
manifestaram pela manutenção da prisão.
Ao manter o
entendimento favorável à prisão, Moraes disse que sua decisão está fundamentada
na jurisprudência do Supremo e nas suspeitas de interferência nas investigações
do assassinato. Dessa forma, não cabe a substituição da prisão por medidas cautelares,
como quer a defesa.
“A presença de elementos indicativos da ação do agravante para obstruir as investigações (fatos que estão sendo objeto de apuração autônoma, no Inq 4.967/RJ, de minha relatoria), também reforçam a necessidade da manutenção da sua prisão preventiva e impedem a sua substituição por medidas cautelares diversas da prisão”, justificou Moraes.
Além de
Domingos, o deputado federal Chiquinho Brazão, irmão de Domingos, e o ex-chefe
da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também estão presos pelo suposto
envolvimento no assassinato.
De acordo
com a investigação realizada pela Polícia Federal, o assassinato de Marielle
está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do
grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que têm ligação com questões
fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.
Conforme a
delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso de realizar os
disparos de arma de fogo contra a vereadora, os irmãos Brazão e Barbosa atuaram
como os mandantes do crime.