Por unanimidade, STF mantém prisão de suspeitos por morte de Marielle
Por unanimidade, STF mantém prisão de suspeitos por morte de Marielle
Ordem de prisão foi analisada de modo virtual.
Publicado por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Por
unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
segunda-feira (25) manter a prisão dos três suspeitos de planejarem o crime e
mandarem matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Os
assassinatos ocorreram em 2018.
Os ministros
Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux seguiram o voto do
ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo e que determinou a
prisão preventiva dos três no domingo (24).
A ordem de
prisão foi analisada de modo virtual, em sessão de julgamentos de 24h que
começou nos primeiros momentos desta segunda-feira (25).
Na decisão,
Moraes escreveu haver “fortes indícios de materialidade e autoria” do
planejamento do assassinato pelos três presos, além de manobras para encobrir a
autoria do crime e atrapalhar as investigações.
Além do
relator, o único a apresentar um voto por escrito foi Dino. Ele escreveu que as
prisões preventivas se justificam diante de um “ecossistema criminoso” que
teria sido montado dentro do Poder Público para encobrir a autoria do crime.
Os ministros
seguiram parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo o qual se os
três “permaneçam em liberdade, continuarão a obstruir os trabalhos de Polícia
Judiciária, valendo-se do poderio econômico de que dispõem e dos contatos com
as redes ilícitas existentes no Município do Rio de Janeiro”.
Entenda
Os irmãos
Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa foram
detidos na manhã de domingo (24) durante a Operação Murder Inc e foram levados
pela Polícia Federal para Brasília, onde chegaram por volta das 16h.
No caso de
Chiquinho Brazão, que é deputado federal, a Constituição Federal prevê que sua
prisão deve ser apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados, que poderá
mantê-lo preso ou soltá-lo. A data da sessão ainda não foi anunciada, mas
deverá ocorrer nos próximos dias.
A principal
motivação do assassinato de Marielle e Anderson, revelada no relatório de
investigação da PF, envolve a disputa em torno da regularização de territórios
no Rio de Janeiro. Em coletiva de imprensa, o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que as investigações policiais levaram ao
esclarecimento completo sobre quem são os mandantes dos crimes, além dos os
executores e os intermediários.
Marielle e
Anderson foram assassinados a tiros, em um cruzamento na região central do Rio
de Janeiro, em março de 2018, enquanto se deslocavam de carro após uma agenda
de trabalho.
Defesa
Em
entrevista ao sair da Superintendência da PF no Rio de Janeiro, o advogado de
Domingos Brazão negou que ele tivesse qualquer relação com Marielle ou
participação no assassinato da vereadora. “Ele é inocente e não tem nada a ver
com isso”, afirmou o advogado Ubiratan Guedes.
A Agência
Brasil entrou em contato com a defesa de Rivaldo Barbosa e aguarda retorno. A
defesa de Chiquinho Brazão ainda não respondeu aos pedidos de comentário.
Em 20 de
março, depois que a acusação de ser o mandante vazou na imprensa, o deputado
Chiquinho Brazão divulgou uma nota em que disse estar “surpreendido pelas
especulações” e afirmou que o convívio com Marielle sempre foi “amistoso e
cordial”.
Edição:
Maria Claudia