Premiê da Islândia se junta às mulheres do país e faz greve por igualdade salarial
Premiê da Islândia se junta às mulheres do país e faz greve por igualdade salarial
O país é considerado um dos mais igualitários nos direitos entre homens e mulheres no mundo, mas não atingiu as metas traçadas pelo próprio governo.
Por g1
A
primeira-ministra da Islândia, Katrin Jakobsdótti, se aliou, nesta terça-feira
(24), às mulheres da ilha que entraram em greve a favor da igualdade salarial e
contra a violência de gênero.
O dia
começou com uma paralisação generalizada que afetou escolas, transportes
públicos, hospitais e hotéis por todo o país.
A
Primeira-Ministra Katrin Jakobsdóttir disse que ficaria em casa como parte da
greve das mulheres – “kvennaverkfal” em islandês – e esperava que outras
mulheres no seu gabinete fizessem o mesmo.
Os
sindicatos da Islândia, pediram para as mulheres e às pessoas não binárias para
que recusassem trabalho remunerado e não remunerado, incluindo tarefas
domésticas, durante o dia.
A
paralisação, que deve durar 24 horas, é a maior desde o primeiro evento desse
tipo na Islândia, em 24 de outubro de 1975, quando 90% das mulheres se
recusaram a trabalhar, limpar ou cuidar dos filhos, para expressar raiva pela
discriminação nos ambientes de trabalho.
No ano
seguinte uma lei para garantir direitos iguais a ambos os gêneros foi aprovada.
Desde então,
registraram-se várias greves de meio dia, a mais recente delas em 2018, quando
as mulheres abandonaram o trabalho no início da tarde, simbolizando o momento
do dia em que as mulheres, em média, deixam de ganhar em comparação com os
homens.
A Islândia,
uma ilha com cerca de 380 mil habitantes logo abaixo do Círculo Polar Ártico,
foi classificada como o país com maior igualdade de género no mundo, durante 14
anos consecutivos, pelo Fórum Económico Mundial, que mede salários, educação,
cuidados de saúde e outros fatores.
“Ainda não
atingimos os nossos objetivos de plena igualdade de género e ainda estamos a
combater a disparidade salarial baseada no género, o que é inaceitável em
2023”, disse a premiê.
Mas, embora as mulheres na Islândia tenham conseguido alcançar altos cargos em empresas e em ambientes antes dominados por homens, os empregos com salários mais baixos, como limpeza e cuidados infantis, ainda são predominantemente feitos por mulheres.