Presidente do Equador dissolve Parlamento e convoca novas eleições
Presidente do Equador dissolve Parlamento e convoca novas eleições
Guillermo Lasso é alvo de processo de impeachment, que seria votado no sábado (16) pelos deputados. Ele governará por decreto até a data do próximo pleito.
Por g1 17/05/2023 08h53 - Atualizado há 6 minutos
O presidente
do Equador, Guillermo Lasso, dissolveu nesta quarta-feira (17) a Assembleia
Nacional do país e convocou novas eleições.
A decisão
ocorre um dia depois de os deputados realizarem a primeira audiência do
processo de impeachment que Lasso enfrenta, o primeiro contra um presidente na
história recente do Equador.
Por decreto
publicado nesta terça em caráter de urgência e com efeito imediato, o líder
equatoriano determinou:
– A
dissolução da Assembleia Nacional (o Congresso do país) “por grave crise
política e comoção interna”;
– Que o
Conselho Nacional Eleitoral do Equador convoque novas eleições gerais nos
próximos sete dias;
– O fim
imediato do mandato de todos os deputados.
Quem for eleito nestas eleições extraordinárias terá o mandato válido apenas até o pleito regular, que ocorrerá até 2025.
Ele agora
permanecerá no cargo por até seis meses – o prazo máximo que as novas eleições
devem ser realizadas – e governará por decreto nesse período.
Como a
Legislação do Equador não permite reeleição, Lasso não poderia se apresentar às
eleições que ele mesmo convocou. O presidente equatoriano não disse, em
pronunciamento, se pretende concorrer novamente.
Em
declaração, o líder equatoriano defendeu sua decisão.
“Equatorianas
e equatorianos, esta é a melhor decisão para dar uma saída constitucional à
crise política e à comoção interna que o Equador vem enfrentando e para
devolver ao povo equatoriano o poder de decidir seu futuro nas próximas
eleições”, disse.
Para poder
dissolver o Parlamento, Guillermo Lasso utilizou um decreto que permite o
governo a alterar a constituição da Assembleia.
Na
terça-feira (16), ele compareceu à Assembleia para apresentar sua defesa. O
processo seria votado neste sábado (20). Na tarde de sexta, deputados começaram
a reproduzir rumores de que Lasso poderia dissolver o Parlamento, e alguns
deles disseram que se recusariam a cumprir a medida.
Guillermo
Lasso derrotou nas últimas eleições o candidato de esquerda, o economista
Andrés Arauz. Seu processo de impeachment foi aberto a partir de uma acusação
feita por deputados do partido do ex-presidente Rafael Correa, também da
esquerda.
A gestão de Lasso, até agora, havia sido marcada pelo aumento da violência – desde o início do mês, três regiões estão em estado de emergência, com a presença das Forças Armadas nas ruas – e por medidas polêmicas, entre elas:
– Permissão
de uso de armas de fogo por civis para defesa pessoal;
– Ele já
afirmou que povos indígenas do país são financiados pelo tráfico de drogas;