Presidente do Peru diz que irá propor lei para adiantar eleições para 2023 caso projeto não passe pelo Congresso
Presidente do Peru diz que irá propor lei para adiantar eleições para 2023 caso projeto não passe pelo Congresso
País enfrenta instabilidade política desde o fim de 2022. Quase 60 pessoas já morreram em protestos desde então.
Por g1 29/01/2023 23h06 - Atualizado há 10 horas
A presidente
do Peru, Dina Boluarte, afirmou neste domingo (29) que, se o Congresso do país
não aprovar a mudança das próximas eleições para 2023, seu governo irá propor
uma nova lei para adiantar as eleições para outubro deste ano.
Ela também
afirmou que, caso o adiantamento das eleições não seja aprovado, o Executivo
irá propor uma lei que obrigue o próximo Congresso eleito a supervisionar uma
reforma completa da Constituição.
O país vive
um momento de instabilidade desde que o antigo presidente, Pedro Castillo,
tentou realizar um autogolpe e foi substituído por Boluarte no fim de 2022.
Desde então, protestos tomaram conta do país e quase 60 pessoas já morreram.
Entenda
os protestos
Os
protestos, que começaram no interior do país, mudaram-se na semana passada para
Lima , onde um grupo de mais de mil manifestantes marchou pela primeira vez ao
longo da principal avenida que liga a parte norte da capital com o centro
histórico.
Os manifestantes
exigem:
– Saída de
Dina Boluarte da presidência;
– Renúncia
dos membros do Congresso;
– Convocação
de uma assembleia constituinte;
– Antecipação
das eleições;
– Justiça
para os que morreram durante os protestos.
– Alguns
manifestantes exigem também a libertação e a reintegração de Castillo como
presidente.
Na sexta-feira (27), um projeto de lei que buscava antecipar as eleições gerais para o final de 2023 não foi aprovado pelo plenário do Congresso: 45 parlamentares votaram a favor, 65 contra, 2 se abstiveram.
Os
parlamentares apresentaram pouco antes do encerramento do plenário parlamentar
uma reconsideração da votação que rejeitou o projeto de antecipação das
eleições.
A
presidência do Peru lamentou que o Congresso não tenha definido uma data para o
avanço das eleições gerais, conforme solicitado por milhares de peruanos, entre
outras demandas durante os protestos incessantes.
“O Peru
não está mais interessado no que o Congresso faz. O Congresso não é necessário
para o povo peruano. Vamos continuar na marcha, a polícia tem que se cansar, a
gente vê o cansaço deles, a gente vai entrar lá”, disse Juan Cruz, um
manifestante usando um capacete laranja.