‘Prévia’ do PIB do Banco Central tem alta de 1,1% no 3º trimestre, com pequena desaceleração
'Prévia' do PIB do Banco Central tem alta de 1,1% no 3º trimestre, com pequena desaceleração
PIB é a soma de todos os bens e serviços no país e serve para medir a evolução da economia. Dado oficial será divulgado pelo IBGE no começo de dezembro.
Por Alexandro Martello, g1 — Brasília
O Banco
Central informou nesta quinta-feira (14) que o Índice de Atividade Econômica
(IBC-Br), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB),
registrou uma alta de 1,1% no terceiro trimestre deste ano.
O resultado
pelo BC foi calculado após ajuste sazonal — uma espécie de
“compensação” para comparar períodos diferentes. A comparação foi
feita com os segundo trimestre de 2024.
O dado
divulgado nesta quinta-feira pelo Banco Central mostra pequena desaceleração da
economia. Isso porque, no segundo trimestre deste ano, o IBC-BR teve uma
expansão um pouco maior, de 1,2%.
O
crescimento do IBC-Br no 3º trimestre 2024, entretanto, foi o quarto resultado
positivo seguido. A última retração do indicador foi registrada no terceiro
trimestre de 2023 (-0,6%). O PIB é a soma de todos os bens e serviços
produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado
oficial do período, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), será divulgado em 3 de dezembro.
Se o PIB
cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer
dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total
é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem estar social.
Atividade
tem surpreendido
Os números
da atividade têm surpreendido tanto o mercado financeiro quanto o Banco
Central, que têm elevado sistematicamente, com o passar do tempo, suas
projeções de expansão da economia.
Na semana
passada, os economistas do mercado financeiro elevaram a expectativa de
crescimento da economia para 3,10% neste ano. Há três meses atrás, a estimativa
era de uma alta menor, de 2,7%.
O Banco
Central avaliou, por meio da ata da última reunião do Copom que a
“atividade econômica e o mercado de trabalho domésticos seguem
dinâmicos.”.
Em junho, o
BC estimou uma expansão de 2,3% para a economia neste ano, e, em setembro,
elevou a estimativa para um crescimento de 3,2%.
O cenário de
atividade aquecida, com o mercado de trabalho apresentando bom desempenho,
acontece apesar do Banco Central ter iniciado o processo de alta de juros, com
duas elevações seguidas.
Atualmente,
a taxa está em 11,25% ao ano, a terceira maior taxa do mundo em termos reais. O
BC calibra a taxa de juros para atingir a meta de inflação dos próximos anos,
que é de 3%, com teto de 4,5%.
Mês de
setembro
De acordo
com o Banco Central, em setembro deste ano, na comparação com o mês anterior, o
IBC-Br registrou uma expansão de 0,8%.
Com isso,
houve melhora na comparação com agosto, quando o indicador teve crescimento de
0,2%.
Essa também
foi o segundo mês seguido de expansão. A última queda mensal do índice foi em
julho deste ano (-0,3%).
Na
comparação com setembro de 2023, a chamada prévia do PIB do BC teve alta de
5,1% (sem ajuste sazonal).
Ainda
segundo o Banco Central, o IBC-Br apresentou crescimento de 3,3% na comparação
com os nove primeiros meses de 2023.
E, em 12
meses até setembro, a expansão foi de 3%. Nesses casos, o índice foi calculado
sem ajuste sazonal.
PIB X
IBC-Br
Os
resultados do IBC-Br são considerados a “prévia do PIB”. Porém, o
cálculo do Banco Central é diferente do cálculo do IBGE.
O indicador
do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de
serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado
no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é
uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país.
Com o maior crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria mais
pressão inflacionária, o que poderia contribuir para conter a queda dos juros.
Diante da
alta das expectativas de inflação para os próximos anos, a instituição
manifestou, recentemente, o “firme compromisso [por meio da taxa de juros]
de convergência da inflação à meta”.