Previsão de inflação do mercado financeiro cai para 5,71% este ano
Previsão de inflação do mercado financeiro cai para 5,71% este ano
Projeção para o crescimento da economia em 2023 subiu para 1,26%.
Publicado em 29/05/2023 - 09:28 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 5,80% para 5,71% este
ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (29), pesquisa
divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de
instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a
projeção da inflação ficou em 4,13%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4%
para os dois anos.
A estimativa
para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para
este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC,
no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto
da meta em 2023 é de 83%.
A projeção
do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta
prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual.
Em abril, influenciado pelo aumento dos preços de remédios, o IPCA ficou em 0,61%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,18%.
Para maio, o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – que mede a prévia
da inflação oficial – ficou em 0,51%.
Juros
básicos
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado
e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o
mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao
ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao
ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano, para
os dois anos.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e
câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano passou de 1,20% para 1,26%.
Para 2024, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,30%. Para 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,70% e 1,80%, respectivamente.
A previsão
para a cotação do dólar está em R$ 5,11 para o fim deste ano. Para o fim de
2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,17.
Edição: Kelly
Oliveira