Primeiro dia da COP29 tem poucos líderes e apelo por ação
Primeiro dia da COP29 tem poucos líderes e apelo por ação
Geraldo Alckmin participa nesta terça-feira da Reunião de Alto Nível.
Fabíola Sinimbu* - Enviada especial
Com a
presença de poucos líderes mundiais, a 29ª Conferência das Partes da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) foi
oficialmente aberta nesta segunda-feira (11), em Baku, no Azerbaijão.
Na
cerimônia, o ministro da Ecologia e Recursos Naturais do país, Mukhtar Babayev,
assumiu a presidência da COP29, após o gesto simbólico em que recebeu o martelo
para abertura das negociações climáticas, das mãos do sultão Al Jaber, que
presidiu a conferência anterior nos Emirados Árabes Unidos, em 2023.
Babayev deu
início aos trabalhos de negociações com um apelo para que os países aumentem
suas ambições pela redução das emissões de gases do efeito estufa e também para
que destravem as negociações sobre financiamento para viabilizar as ações de
enfrentamento às mudanças climáticas.
“Ao
mobilizarmos o financiamento para o clima, permitimos ambições elevadas. E
quando, em conjunto, damos sinais de maior ambição, criamos confiança para
desbloquear maiores compromissos financeiros”, reforçou.
Ele lembrou
que as políticas atuais adotadas pelos países já estão conduzindo o planeta a 3
graus de aquecimento e que as ações para desacelerar esse cenário catastrófico
precisam ocorrer agora. “A mudança do clima já está aqui, desde casas inundadas
em Espanha a incêndios florestais na Austrália, desde a subida dos oceanos no
Pacífico a planícies áridas na África Oriental. Quer as vejamos ou não, as
pessoas estão sofrendo nas sombras. Estão morrendo na escuridão. E precisam de
mais do que compaixão, mais do que orações e burocracia. Estão a implorar por
liderança e ação”, alertou.
Tecnologia
O ministro
do Azerbaijão lembrou que é necessário ainda acelerar o trabalho para
desenvolver e transferir tecnologia, para que estejam disponíveis a todos, em
especial os mais afetados que vivem nos países menos desenvolvidos.
“Precisamos
entregar o programa de implementação de tecnologia aqui em Baku. Dentro da
agenda de ação da COP29, temos oportunidades para governos, setor privado,
bancos multilaterais de desenvolvimento e todos fazerem sua parte”, defendeu.
O presidente
da COP29 também discorreu sobre a transição energética e outras ações de
mitigação dos gases do efeito estufa, além de destacar a importância da entrega
pelos países dos planos nacionais de adaptação, que considerou crítica. “Eles
orientam como compartilhamos a melhor tecnologia de transferência de práticas e
apoiamos uns aos outros. Precisamos deles até 2025 para que possamos progredir
até 2030”, disse.
Babayev
destacou ainda que sucessos e fracassos sobre ações de enfrentamento aos problemas
climáticos serão coletivos, e nenhum país é capaz de resolver o problema do
aquecimento global sozinho. Lembrou também que todas as populações mundiais
assistem e esperam a ação pelo clima.
“Eles estão
esperando que mostremos liderança e eles não podem arcar com o custo do atraso.
Então, vamos aumentar a ambição e permitir a ação. Vamos avançar em
solidariedade por um mundo verde. E vamos trabalhar”, concluiu.
Delegações
Na plateia
do plenário da zona azul, onde ocorre a programação oficial do evento, muitas
delegações de negociadores estava presentes, mas os principais líderes mundias
ou não participarão ou ainda estão a caminho de Baku, como o vice-presidente
Geraldo alckmin, que participará nesta terça-feira (12) da Reunião de Alto
Nível da COP29.
Também será
nesta terça-feira a abertura dos pavilhões dos países, organizações da
sociedade civil, instituições intergovernamentais e acadêmicas. Ainda em
construção, a zona verde, onde todos podem participar, já teve um dia
movimentado.
Pavilhões de
países como a Alemanha, Brasil e França já estavam praticamente prontos e
cheios de visitantes buscando informações sobre a programação. Alguns, já
tinham atividades, como o da China, mesmo após a confirmação da ausência do
presidente Xi Jinping. Já o pequeno pavilhão reservado pelos Estados Unidos,
permaneceu vazio, sem muita movimentação.
* A repórter viajou a convite do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IIC)