Professores de universidades e institutos federais entram em greve
Professores de universidades e institutos federais entram em greve
Eles querem reajuste de 22,71% em três parcelas de 7,06% por ano.
Publicado por Fabíola Sinimbú - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Os
professores das universidades federais, institutos federais e centros federais
de educação tecnológica iniciaram uma greve nacional nesta segunda-feira (15).
Os trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e
da Inovação em Serviços Públicos na última Mesa Setorial Permanente de
Negociação, ocorrida quinta-feira (11).
De acordo
com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior
(Andes), a proposta apresentada pelo governo federal foi de reajuste salarial
zero, com aumentos apenas no auxílio alimentação, que passaria de R$ 658, para
R$ 1000; no valor da assistência pré-escolar, de R$ 321,00 para R$ 484,90, além
de 51% a mais no valor atual da saúde suplementar.
A proposta
foi rejeitada em reunião com a participação de 34 seções sindicais do setor,
que também votaram pelo movimento paredista resultando em 22 votos favoráveis,
sete contrários e cinco abstenções.
Na pauta nacional unificada, os docentes pedem reajuste de 22,71%, em três parcelas de 7,06%, a serem pagas em 2024, 2025 e 2026. Também estão na pauta a revogação da portaria do Ministério da Educação 983/20, que estabelece aumento da carga horária mínima de aulas e o controle de frequência por meio do ponto eletrônico para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. A revogação do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Comum para a Formação de Professores (BNC-Formação) também estão em discussão.
O Comando
Nacional de Greve (CNG) será instalado hoje (15) às 14h30, em reunião na sede
do Andes, em Brasília, e, às 16h, o movimento paredista participará também de
uma audiência pública, na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara
dos Deputados, para debater as mobilizações e paralisações das servidoras e dos
servidores técnico-administrativos de universidades e institutos federais.
Na
terça-feira (16), até o dia 18 de abril, o movimento dará início à Jornada de
Luta “0% de reajuste não dá!”, convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos
Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Está prevista ainda a realização de
uma semana de atividades locais nas instituições entre 22 e 26 de abril.
Em nota, o
Ministério da Gestão informou que, além de formalizar a proposta apresentada na
última quinta-feira, também foi assumido o compromisso de abrir, até o mês de
julho, todas as mesas de negociação específicas de carreiras solicitadas para
dar tratamento às demandas e produzir acordos que sejam positivos aos
servidores.
De acordo
com o órgão, já há dez mesas tratando de reajustes para a educação com acordos
consensualizados e oito estão em andamento. Além disso, foi criado um grupo de
trabalho para tratar da reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos
Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). “O relatório final do GT,
entregue no dia 27/3 à ministra da Gestão, Esther Dweck, servirá como insumo
para a proposta do governo de reestruturação da carreira, que será apresentada
aos servidores na Mesa Específica de Negociação.”
A nota
conclui que a pasta segue aberta ao diálogo com os servidores da área de
educação e de todas as outras áreas, “mas não comenta processos de negociação
dentro das Mesas Específicas e Temporárias.”
Edição: Valéria Aguiar