Projeto do Carf evoluiu depois de negociações, diz Haddad
Projeto do Carf evoluiu depois de negociações, diz Haddad
Câmara adiou votação das pautas econômicas para esta quinta-feira (6).
Publicado em 05/07/2023 - 23:37 Por Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O projeto
que reinstitui o voto de desempate do governo no Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf) evoluiu após negociações, disse nesta noite o ministro
da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o texto reuniu mais condições de ser
aprovado na Câmara em comparação com o início da semana.
“De repente,
esse adiamento foi bom porque deu mais maturidade para o projeto ser aprovado”,
declarou o ministro. Entre os principais avanços, Haddad citou as conversas com
a Frente Parlamentar Agropecuária, que tinha recomendado voto contrário ao
projeto e que, segundo ele, mudou de opinião após os esclarecimentos da equipe
econômica.
Haddad não
detalhou as alterações no projeto. Disse apenas que as mudanças foram
“laterais” e não mudarão o acordo entre o Ministério da Fazenda e a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), fechado em fevereiro.
De acordo com o ministro, as mudanças trarão impacto fiscal positivo, fazendo o governo arrecadar mais por causa de novos procedimentos de negociação de dívidas tributárias inseridos no texto. Nesta quarta-feira (5), o relator do projeto, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), incluiu no texto a possibilidade de que os acordos de transação tributária possam ser fechados pela Receita Federal sem a aprovação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Tipo de
acordo instituído para negociar a dívida de empresas afetadas pela pandemia de
covid-19, a transação tributária permite o refinanciamento de débitos com o
governo com base na capacidade de pagamento do contribuinte.
Pauta econômica
Além do projeto
do Carf, a Câmara dos Deputados pretende votar, ainda esta semana, a reforma
tributária e o novo arcabouço fiscal, que voltou para a Casa após ser alterado
pelo Senado. Haddad afirmou que as três propostas são cruciais para a política
econômica do governo.
“Precisamos
dos três projetos, que são estruturantes. O Carf está muito organizado. Depois
de algumas negociações, evoluiu muito o texto”, declarou. Em relação ao novo
arcabouço fiscal, o ministro disse que esse é o projeto com menos resistência
porque já foi aprovado pelos deputados uma vez, no fim de maio, e tramita na
Câmara em caráter terminativo (sem passar por comissões).
Inicialmente,
o projeto do Carf estava previsto para ser votado nesta quarta-feira (5), mas
as negociações em torno da reforma tributária adiaram a votação para esta
quinta-feira (6). Nesta noite, o Plenário começou a debater a proposta de
emenda à Constituição (PEC) da primeira fase da reforma tributária, que
simplificará a tributação sobre o consumo.
Edição:
Marcelo Brandão