Putin diz que Rússia testou arma nuclear de nova geração
Putin diz que Rússia testou arma nuclear de nova geração
A arma é o Burevestnik, um míssil de cruzeiro com propulsão nuclear e capacidade nuclear, com um alcance potencial de milhares de quilômetros.
Por Reuters
O presidente
russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (5) que a Rússia testou com
sucesso um novo míssil estratégico.
A arma é o
Burevestnik, um míssil de cruzeiro com propulsão nuclear e capacidade nuclear,
com um alcance potencial de milhares de quilômetros.
Putin também
disse em uma reunião anual de analistas e jornalistas que a Rússia tinha quase
concluído os trabalhos em seu sistema de mísseis balísticos intercontinentais
Sarmat, outro elemento crucial da sua nova geração de armas nucleares.
Desde o
início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Putin tem lembrado o
mundo sobre o poderio nuclear da Rússia. Ele disse que ninguém em sã
consciência usaria armas nucleares contra a Rússia.
Se um ataque
fosse detectado, disse ele, “um número tão grande de nossos mísseis —
centenas e centenas — apareceria no ar que nem um único inimigo teria chance
de sobrevivência”.A Rússia não realiza um teste que envolva uma explosão
nuclear desde 1990, um ano antes do colapso da União Soviética, mas Putin
recusou-se a descartar a possibilidade de retomar tais testes.
O líder
russo observou que os Estados Unidos não ratificaram o tratado que proíbe os
testes nucleares, enquanto a Rússia o assinou e ratificou. Seria teoricamente
possível para a Duma, o Parlamento da Rússia, revogar a sua ratificação, disse
ele.
Analistas
militares dizem que a retomada dos testes nucleares pela Rússia, pelos Estados
Unidos ou por ambos seria profundamente desestabilizadora, num momento em que
as tensões entre os dois países são maiores do que em qualquer momento nos
últimos 60 anos. Em fevereiro, Putin suspendeu a participação da Rússia no novo
tratado Start, que limita o número de armas nucleares que cada lado pode
utilizar.
Mas não
havia necessidade, disse Putin, de a Rússia reescrever a sua doutrina sobre o
uso real de armas nucleares, que diz que o país pode dispará-las quer em
resposta a um ataque nuclear contra si, ou no caso de uma ameaça à existência
do Estado.
Respondendo
a uma pergunta do analista russo Sergei Karaganov, que tem defendido a redução
das exigências para o uso de armas nucleares, Putin disse: “Simplesmente
não vejo necessidade disso”.
Ele
acrescentou: “Não há nenhuma situação hoje em que, digamos, algo possa
ameaçar o Estado russo e a existência do Estado russo. Não. Acho que nenhuma
pessoa de mente sã e memória clara pensaria em usar armas nucleares contra a
Rússia.”
Karaganov
tem chamado a atenção tanto de analistas estratégicos russos quanto ocidentais
ao argumentar que é hora de a Rússia reduzir seu nível de exigência para o uso
de armas nucleares, a fim de “conter, assustar e despertar nossos
oponentes”.
Ele escreveu
em um artigo recente que a Rússia deveria “abalar” os seus inimigos,
ameaçando ataques nucleares a países europeus e a bases dos EUA na Europa.