Quaest: Governo Lula tem avaliação negativa para 90% do mercado financeiro, e Haddad tem avaliação positiva para 41%
Quaest: Governo Lula tem avaliação negativa para 90% do mercado financeiro, e Haddad tem avaliação positiva para 41%
58% dos agentes do mercado acham pacote de corte de gastos nada satisfatório e 42%, pouco satisfatório. Pesquisa foi feita com 105 agentes do mercado, entre gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro.
Por Camila da Silva, g1
A reprovação
do governo Lula (PT) entre os agentes do mercado financeiro cresceu e chegou a
90%, segundo uma pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (4).
No último
levantamento, feito em março, a reprovação era de 26%.Outros 3% avaliam o
governo Lula como positivo (eram 6% em março) e 7%, como regular (eram 30%).
O
levantamento ouviu 105 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão
do mercado financeiro em fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio
de Janeiro entre os dias 29 de novembro a 3 de dezembro.
A margem de
erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi
encomendado pela Genial Investimentos.
Para o
diretor da Quaest, Felipe Nunes, os números representam um forte alta na
reprovação do governo Lula e a reação do mercado financeiro ao pacote de corte
de gastos apresentado na semana passada (leia mais abaixo).
Entre os
entrevistados 86% acreditam que Lula está preocupado com sua popularidade e
29%, com o equilíbrio das contas públicas.
A avaliação
do Congresso também piorou, segundo Nunes, e uma possível explicação é que o
mercado acredita que a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil
deve ser aprovada, mas o aumento da tributação para quem ganha mais de R$ 50
mil por mês, não.
“Ou
seja, o Congresso não parece mais ser visto pelo mercado como o ator fiscalista
do país”, afirma Nunes.
Haddad
A pesquisa
também mostra que 41% dos entrevistados avaliaram como positivo o trabalho do
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma queda de 9 pontos percentuais em
comparação ao resultado de março (50%).
24% enxergam
o trabalho do ministro como negativo (eram 12% em março) e 35%, como regular
(eram 38%).
Para 61% dos
agentes do mercado financeiro, a força de Haddad está menor do que no início do
mandato (eram 14% em março); 35%, veem como igual; e 4%, como mais forte neste
período.
58% acham
pacote fiscal nada satisfatório
Segundo a
Quaest, 58% consideram o pacote fiscal nada satisfatório e 42%, pouco
satisfatório.
67% dos
entrevistados disseram que, após o pacote ser anunciado, vão aumentar
investimentos no exterior, 30%, manter e 3%, diminuir.
Para 85%
agentes do mercado financeiro, a isenção do imposto de renda para quem ganha
até R$ 5 mil salários mínimos – anunciada junto com o pacote – tende a
prejudicar a economia brasileira (15% acham que tende a ajudar).
99%, por
outro lado, avaliam que o fim da morte ficta – pensão paga a famílias de
militares expulsos –, tende a ajudar a economia brasileira.
Em relação
ao novo arcabouço fiscal, modelo de equilíbrio das contas públicas adotado no
início do governo Lula (PT) em substituição ao teto de gastos que vigorava
desde a gestão de Michel Temer (MDB), 58% acham que não tem nenhuma
credibilidade e 42%, pouca credibilidade.
Segundo o
levantamento, a maioria dos agentes acredita que o arcabouço não se sustenta no
longo prazo.
Percepções
sobre a economia
De acordo
com a pesquisa, 96% dos entrevistados consideram que a política econômica do
país está na direção errada, enquanto 4% acreditam que está na direção certa.
Para 2025,
cerca de 88% dos agentes acreditam que a economia brasileira vai piorar, 10%
que permanecerá a mesma e 2% que vai melhorar.
Em relação à
taxa de juros, atualmente em 10,75%, mais da metade dos agentes (66%) prevêem
um aumento de 0,75 pontos percentuais, 17% acreditam que subirá 1 ponto
percentual e 15% projetam um aumento de 0,5 pontos percentuais.
Congresso
Os agentes
também foram perguntados sobre o desempenho do Congresso Nacional. Veja os
números
41% avaliam
como negativo (eram 17% em novembro de 2023)
38% como
regular (eram 45%)
21%, como
positivo (eram 41%)