Quem é Renato Cariani, influencer do mundo fitness alvo de operação da Polícia Federal contra tráfico de drogas

Quem é Renato Cariani, influencer do mundo fitness alvo de operação da Polícia Federal contra tráfico de drogas

Fisiculturista tem mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões no YouTube. Ele é sócio de uma empresa suspeita de desviar produtos químicos para produção de crack. PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da empresa e na casa do influenciador.



Por g1 SP

Alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira (12), em São Paulo, o influencer Renato Cariani, de 47 anos, é um dos principais nomes do mundo fitness e conhecido por ser o maior apoiador do fisiculturismo brasileiro.

Segundo a PF, a operação é realizada para combater o tráfico de drogas e o desvio de um produto químico usado na produção de crack.

O principal alvo é a empresa Anidrol, uma indústria química que fica em Diadema, na Grande São Paulo, e tem como sócio Renato Cariani.

Em postagem nas redes sociais, ele negou envolvimento no esquema e disse ter sido surpreendido pela operação.

Cariani tem mais 7 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões de seguidores no YouTube. Os vídeos sobre o mundo da dieta e do culto ao corpo acumulam 1 bilhão de visualizações.

Nas redes sociais, ele se apresenta como professor de química, professor de educação física, atleta profissional, empresário e youtuber.

 

Site e eventos de fisiculturismo

Cariani ainda tem um site oficial, onde oferece cursos, entre eles de nutrição, musculação, investimento, inglês e até sobre como montar canal no YouTube.

“Nação Renato Cariani é o lugar onde você encontra tudo o que precisa para sua transformação pessoal. Aqui, você terá acesso a conteúdos online que acelerará a sua evolução. Aulas semanais com Renato Cariani, módulos completos com especialistas e uma comunidade onde milhares de pessoas com o mesmo objetivo que você”, diz o site.

Em outubro, o influencer conversou com o ge durante a realização do Mr. Olympia Brasil, evento de prestígio na área fitness que ocorreu em São Paulo.

Na entrevista, o fisiculturista disse que transformou o bullying sofrido na infância em combustível para adotar hábitos alimentares mais saudáveis e ganhar a vida promovendo o mercado que movimenta centenas de milhões de reais.

“O meu amor pelo fisiculturismo veio pelo amor que eu tive pela musculação. A musculação transformou a minha vida. Eu era um garoto que sofria muito bullying na escola por ser obeso e entrei na academia para fugir do bullying. Descobri que a academia me deixava mais forte, mas não era apenas no corpo, mas forte na mente. Me deixou mais disciplinado, concentrado e resiliente”, disse.

Ao ge, Cariani ainda contou que as formações em três áreas distintas – química, administração de empresas e educação física – o ajudaram a se tornar um empresário de sucesso do ramo fitness.

Ele é sócio da Supley, maior fabricante de suplementos da América Latina. O grupo faturou R$ 830 milhões no ano passado, e a projeção é superar R$ 1 bilhão em 2023.

 

Operação da PF

Ao todo, a operação da PF desta terça cumpriu 18 mandados de busca e apreensão, sendo 16 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Paraná.

O grupo é suspeito de desviar toneladas de um produto químico para produzir entre 12 e 16 toneladas de crack.

A operação é realizada em conjunto com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO do MPSP) de São Paulo e a Receita Federal.

 

Histórico

A investigação começou em 2022, depois que uma empresa farmacêutica multinacional avisou a PF de que havia sido notificada pela Receita Federal sobre notas fiscais faturadas em nome dela com pagamento em dinheiro não declaradas.

A farmacêutica alegou que nunca fez a aquisição do produto, que não tinha esses fornecedores e que desconhecia os depositantes.

A partir de tais informações, a Polícia Federal iniciou a investigação e identificou que entre 2014 e 2021 o grupo emitiu e faturou notas em nome de três empresas grandes de forma fraudulenta: AstraZeneca, LBS e Cloroquímica.

A PF pediu prisão dos envolvidos, o Ministério Público foi favorável, mas a Justiça negou.

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