Ramón e Emiliano veem Corinthians apressado e sem calma em eliminação para o Flamengo

Ramón e Emiliano veem Corinthians apressado e sem calma em eliminação para o Flamengo

Técnico e auxiliar explicam alterações e analisam empate na semi da Copa do Brasil.


Por Bruno Cassucci e José Edgar de Matos — São Paulo

Um time apressado, sem lucidez nem refino técnico necessários. Esses foram os principais pontos negativos do Corinthians na eliminação para o Flamengo na semifinal da Copa do Brasil, na visão do técnico Ramón Díaz e do auxiliar Emiliano Díaz.

Em entrevista coletiva após o empate sem gols na Neo Química Arena, os argentinos analisaram o desempenho do Corinthians, que não conseguiu marcar mesmo tendo um jogador a mais desde os 27 minutos do primeiro tempo, quando Bruno Henrique foi expulso.

– Hoje não estávamos no dia que precisávamos estar. Fizemos muitos cruzamentos e eles estavam com três zagueiros. Precisamos ter um pouco mais de calma – disse Emiliano Díaz.

– Como dissemos desde que chegamos, buscando uma equipe ofensiva, mas que seja contundente, buscando mais a tranquilidade. Vimos uma equipe muito acelerada tentando entrar um pouco rápido demais no ataque. Vamos ter mais uma chance, uma partida importante (na Copa Sul-Americana) e tomara que possamos ganhar – opinou Ramón.

O Corinthians terminou a partida com 16 finalizações contra cinco do Flamengo, mas não conseguiu marcar o gol que precisava para levar a decisão para os pênaltis.

– Creio que o Flamengo se agrupou muito bem defensivamente. Tivemos duas ou três chances, mas não claras como na outra partida. Isso nos custou. Tínhamos de manter mais a calma. Havia muita pressão porque era uma partida importantíssima para nós. Entregamos tudo. Sabemos que quando perdemos em uma partida tão importante como essa, fica dolorido. Mas, com sorte, não é a única chance que temos. Jogaremos outras coisas importantíssima pelo clube. Vamos tratar de recuperar para ter um bom rendimento – declarou Ramón.

Técnico e auxiliar também explicaram as alterações realizadas. No intervalo, foram sacados Gustavo Henrique e José Martínez para as entradas de Félix Torres e André Carillo. Depois, na etapa final, sacaram Matheuzinho, Charles e Talles Magno para as entradas de Giovane, Igor Coronado e Pedro Henrique.

– Fiz a mudança porque considerei que necessitávamos mais ataque, creio que o Giovane entrou muito bem, profundo, teve chances, teve chances que poderia ter feito o gol – explicou Ramón, sobre a entrada do atacante no lugar de Matheuzinho.

– Gustavo pelo Félix foi pelo amarelo. Ele tinha um corte na cabeça e estava sangrando muito. E com o Carrillo manteria um pouco mais do controle da bola e teria mais profundidade. Sobre o Talles, a última vez que fez 90 minutos foi aqui contra o Flamengo também. Notamos no segundo tempo ele um pouco cansado também. Sempre foi com a intensão de atacar e sermos um pouco mais profundos (as alterações), mas acho que hoje não deu certo porque não fomos tão claros na hora de definir – completou Emiliano.

De acordo com a comissão técnica, Cacá não jogou porque teve febre alta.

O Corinthians volta a campo na quinta-feira, quando enfrenta o Racing, da Argentina, na Neo Química Arena, pela semifinal da Copa Sul-Americana.

Confira abaixo outros trechos da entrevista coletiva de Ramón Díaz e Emiliano Díaz:

 

Dificuldade para marcar

(Emiliano) – Qualidade, não (faltou). Fizemos 34 gols. Somos o time que mais gols fez no futebol brasileiro desde que chegamos. Tem dias que não estamos no dia certo, hoje a bola não entrou. Faltou um pouquinho mais de calma. Essa é a palavra. Para a ultima bola entrar. Mais nada. Temos uma final agora outra vez e o Corinthians não para. Temos um dia para lamentar. Hoje estamos tristes. Chateados. Todas as sensações que podemos ter depois de uma semifinal de copa. Esse grupo tinha um sonho muito grande de disputar uma final, mas temos de seguir.

 

Ausência do Bidon

(Emiliano) – Não precisamos do Breno hoje. Ele é um dos titulares, mas hoje precisávamos de mais gente por fora. Por fora hoje tínhamos Pedro e Giovane. O Hector é mais centroavante e hoje decidimos por isso. Eles estão preparados para jogar, mesmo que não tenham minutagem. Tentamos o jogo por fora deixando os centroavantes à frente da zaga, com o Garro tentando romper a linha. Mas não deu certo.

 

Ausência de Depay

(Emiliano) – Hoje não fomos claros como conjunto. Não estávamos claros. Tínhamos de correr riscos porque era uma partida muito importante para o clube e para nós. Mas não tivemos a sorte, não tivemos frescos. Mas falar hoje de quem estava e de quem não estava não é necessário. Memphis para todo o time é importante, mas não fomos claros.

Emiliano Díaz fala de Memphis: “Claro, ele é importante para todo o time”

 

Sequência de partidas

(Ramón) – São dois jogos que temos de jogar e na nossa casa queremos ganhar. Se mantivermos a calma e a pressão… são jogos decisivos, que com certeza com nosso torcedor vamos tentar ganhar. São partidas complicadas, temos de manter a calma, trabalhar taticamente para tratar de ganhar.

 

Pressão

(Ramón) – Pressão temos desde que chegamos. Estamos na zona de rebaixamento desde que chegamos. Pressão existe. Não merecemos estar onde estamos. Todo mundo sabe, nós sabemos. Pressão existe. É semifinal. Não existe nenhuma semifinal do mundo que não tenha pressão de ganhar. A pressão existe. Nós gostamos da pressão. Se tem pressão é porque estamos capacitados para estar aqui. Gostamos de estar sempre em time grande porque tem mais pressão que em time normal. A pressão existe em time grande. Estamos tranquilos. Acho que não muda (a pressão no Sul-Americano). Mesmo ganhamos hoje tinha de passar para a final da Sul-Americana. É o Corinthians.

 

Fagner fora e opções táticas

(Emiliano) – Estava apto, mas quando tiramos o Matheuzinho, se eles tivessem com 11, entraria o Fagner. Como estavam com 10, pensamos no Giovane para atacar mais. No primeiro tempo com o Flamengo sofremos muito com três volantes. Usamos o mesmo esquema no segundo tempo com o Atlético, contra o Inter. Analisamos, vimos o time podia jogar com dois volantes e dois por fora. E acho que deu certo. No 11 contra 11 controlamos o jogo. Tínhamos a pressão um pouco mais alta do que no primeiro tempo no Maracanã. E optamos por isso. Mas não tivemos o frescor. Vou repetir: todos os sistemas que usamos nós trabalhamos. Não usamos por usar. O grupo sabe e fica cômodo assim. O resultado hoje não acompanhou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *