Relatório do TCU apontará omissão e falta de transparência do governo Bolsonaro na Saúde
Relatório do TCU apontará omissão e falta de transparência do governo Bolsonaro na Saúde
Documento será entregue nesta quarta (16) ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador da transição de governo; Ao todo, documento abrangerá avaliação em 29 áreas.
Por Camila Bomfim, GloboNews — Brasília 16/11/2022 08h30 Atualizado há 2 horas
O Tribunal de
Contas da União (TCU) entregará nesta quarta-feira (16) à transição de governo
um relatório no qual, entre outros pontos, apontará omissão e falta de
transparência do governo Jair Bolsonaro na área da Saúde.
O documento
será entregue pelo presidente em exercício do TCU, Bruno Dantas, ao
vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador da transição de governo.
A entrega do
relatório está prevista para as 16h30, na sede do Centro do Cultural Banco do
Brasil (CCBB) em Brasília, onde funciona a transição. Ao todo, o documento
abrange 29 áreas.
Após o
resultado das eleições, o TCU anunciou a criação de um comitê para acompanhar a
transição de governo.
Conforme
noticiou a colunista do g1 Andréia Sadi, Alckmin pediu ao tribunal relatórios
com dados e informações que podem assessorar a transição na discussão de
futuras políticas públicas do país.
Além da
Saúde, o TCU encontrou riscos em áreas como educação, transporte, benefício
assistencial, contratação pública, segurança cibernética, obras paralisadas, políticas
públicas de inovação, qualidade e transparência dos dados governamentais
informatizados.
Trecho
sobre a Saúde
A GloboNews
apurou que, no trecho sobre a Saúde, os técnicos do TCU concluíram que, no
governo Bolsonaro, o Ministério da Economia editou normas infralegais que
restringiram o uso de importantes ferramentas tecnológicas (como a Plataforma
+Brasil e o ComprasNet), deixando de fora qualquer monitoramento e avaliação
das transferências obrigatórias.
Essas
transferências constituem a maior parte dos repasses federais nas áreas de
saúde.
“A
omissão do Poder Executivo em adotar as ferramentas tecnológicas disponíveis
para monitorar a aplicação dos recursos federais, repassados a título de
transferência obrigatória, ensejou a expedição de recomendação para adoção de
medidas visando a garantir a rastreabilidade, a comparabilidade e a publicidade
dos dados decorrentes da efetiva aplicação dos recursos de natureza federal,
com a necessária identificação do credor final”, disse uma fonte envolvida
na elaboração do parecer.
O TCU também
cobrou a regulamentação da Lei Complementar 141/2012 para garantir, nos
sistemas centralizados mantidos pela União, formas de comparar e rastrear a
aplicação dos recursos federais da Saúde.
Além disso,
os técnicos apontam ainda que há falhas de transparência nas informações sobre
insumos estratégicos de saúde.
O TCU está
apurando suspeitas de irregularidades no Ministério da Saúde. Técnicos
relataram a falta de transparência sobre insumos estratégicos.
A Corte
também apura, a partir de uma representação recebida pelo tribunal, a suspeita
de que o ministério ampliou o sigilo sobre os produtos que mantém em seus
estoques, limitando o conhecimento da sua real situação.