Revisão de gastos não comprometerá programas sociais, garante Tebet
Revisão de gastos não comprometerá programas sociais, garante Tebet
Ministra diz que governo terá todo cuidado com a questão fiscal.
Publicado por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A ministra
do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, garantiu que a revisão de gastos do
governo será feita com “inteligência, racionalidade e justiça social”, sem
comprometer os programas sociais. Segundo ela, os filtros aplicados no Bolsa
Família já resultaram em uma economia de R$ 12 bilhões com o programa.
Ela lembrou
que, em caráter emergencial, o cadastro para o Bolsa Família foi facilitado
durante a pandemia, mas que com a melhora da situação, tanto do ponto de vista
da saúde como econômico, muitas pessoas puderam abrir mão do benefício.
A ministra
explicou que, da pandemia para cá, o Brasil cresceu, só no ano passado, quase
3%, e que o país se encontra atualmente com índices recordes de empregos e
carteiras de trabalho assinadas. “Isso significa que muita gente que precisava
do Bolsa Família não precisa mais”, disse nesta quinta-feira (18), no programa
Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“Fizemos um filtro e conseguimos, entre aspas, economizar R$ 12 bilhões [com o Bolsa Família]. Não é para economizar, até porque uma parte foi para outras políticas públicas. Outra parte foi para a gente resolver esse problema do déficit fiscal”, acrescentou ao garantir que grande parte desse dinheiro teve como destino a reposição de políticas públicas que tinham sido abandonadas durante o governo anterior. Ela garantiu que não há possibilidade nenhuma de o governo acabar com o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Simone Tebet
reiterou que o governo manterá todo o cuidado com a questão fiscal. “O Brasil
não pode gastar mais do que arrecada”, afirmou. “Mas, ao mesmo tempo, não pode
gastar menos do que o necessário”, acrescentou.
“Não podemos
esquecer que o Brasil saiu muito empobrecido da pandemia e que muitas políticas
públicas foram abandonadas. Tivemos de repor muitas políticas públicas em 2023.
Foram seis anos sem atualizarmos [o valor da] merenda escolar das nossas
crianças. A Farmácia Popular foi totalmente desestruturada. O Minha Casa, Minha
Vida ficou quatro anos sem um contrato novo para a faixa de quem ganha até um
salário mínimo e meio”, argumentou.
Desafio
Na avaliação
da ministra, a tarefa de sua pasta é um grande desafio, em meio a todo esse
contexto. “Mas a gente faz isso com muita sensibilidade, carinho e amor,
sabendo que, por trás desses números, existem pessoas e gente sofrendo. Existem
crianças dormindo com fome. Portanto, o que precisamos é equilibrar”, disse.
“De forma
objetiva, vamos ter de cortar gastos. Mas vamos cortar gastos naquilo que
efetivamente está sobrando. Fraude, erros e irregularidades, ainda têm muito.
Por isso, temos de fazer reformas estruturantes para poder ter [recursos] para
aquilo que mais precisa. Onde mais precisa? Eu sou professora e sei. É na
educação e na saúde”, disse.
Com relação
às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ministra Simone
Tebet disse que será preservado, mesmo que se façam necessários alguns cortes
temporários, contingenciamento ou bloqueios em obras. “Nesse caso, a gente fará
naquelas [obras] que não foram iniciadas. A cada 2 meses faremos revisões,
podendo repor de outra forma. Mas repito, não há nenhuma sinalização de que o
PAC, especialmente na área de educação e da saúde, terá corte”, garantiu.
LDO
Sobre a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que direciona o orçamento dos recursos
públicos, a ministra disse que a expectativa é a de ser votada entre agosto e
setembro, “sem nenhum problema” e, que, enquanto isso, “temos outra missão
importante, que é a elaboração do orçamento brasileiro, para definir para onde
vai cada centavo do orçamento público”. O prazo de entrega ao Congresso
Nacional é 31 de agosto.
“É uma conta
matemática que parece simples mas não é. É uma equação onde a receita menos a
despesa tem de ser igual a zero. Temos um compromisso com o país, de não gastar
mais do que arrecadamos”, afirmou.
Edição: Fernando Fraga