RS: adequar rodovias a mudanças do clima custará R$ 10 bi
RS: adequar rodovias a mudanças do clima custará R$ 10 bi
Estudo do comportamento climático terá que ser observado por empresas.
Publicado por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília
O governo do
Rio Grande do Sul estima que precisará de pelo menos R$ 3 bilhões para
consertar os estragos que os temporais do último mês causaram em parte das
rodovias e pontes sob responsabilidade do estado. O governador Eduardo Leite
não descarta, contudo, a hipótese de o estado destinar até R$ 10 bilhões para
adaptar estradas e pontes às mudanças climáticas em curso.
Segundo
Leite, requalificar a infraestrutura, tornando-a mais resistente, é uma forma
de tentar evitar que volte a ser destruída por chuvas fortes e deslizamentos de
terra. “Analisando as rodovias estaduais atingidas pelos eventos climáticos,
temos dois cenários. Se trabalharmos [somente] com a correção dos trechos, para
liberá-los, estimamos em cerca de R$ 3 bilhões o investimento [necessário] para
os deixarmos nas condições anteriores, com algum grau de melhoria”, disse o
governador ao detalhar, nesta segunda-feira (3), o plano estadual de
reconstrução de rodovias.
“Já, se
projetarmos a reconstrução de forma resiliente, com a adaptação para mudanças
climáticas, fazendo as intervenções [necessárias] e reforçando a estrutura para
evitar novas intercorrências, podemos chegar a R$ 10 bilhões em intervenções”,
acrescentou Leite. “Vamos buscar viabilizar todo o investimento possível. Não
temos condições de asseverar que todos eles serão feitos, mas, seguramente, ao
menos R$ 3 bi estamos estimando investir.”
Durante o anúncio, Leite e o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, afirmaram que ainda há, no estado, 95 pontos bloqueados ao tráfego de veículos, dos quais 65 são de responsabilidade estadual, e 30 federais. Das rodovias e pontes estaduais bloqueadas, ao menos 40 sofreram o que o governo gaúcho classifica como “grandes impactos”. E a reparação de 30 delas são consideradas “prioritárias”.
“Estamos
falando de pontes ou trechos [de rodovias] rompidos, onde é preciso
restabelecer a passagem. Para [parte disso], estamos dando soluções com editais
que estão sendo publicados hoje”, informou Leite, garantindo que, ainda hoje,
serão publicados seis editais para contratação de reparos em pontes de rodovias
estaduais do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), e que mais
dois editais serão publicados “nos próximos dias”.
As oito
pontes ficam nas rodovias estaduais ERS-441, em Vista Alegre do Prata; 417
(Itati); 530 (Dilermando); 433 (Relvado) e nos quilômetros 32 e 35 da ERS-348,
em Faxinal do Soturno, além da rodovia vicinal VRS-843 (Feliz) na RSC-471
(Sinimbu). Além destas, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e a Engedal
Construtora de Obras Ltda. assinam hoje o contrato para a construção da nova
ponte sobre o Rio Forqueta, entre Arroio do Meio e Lajeado, no Vale do Taquari
– a estrutura anterior, de cerca de 150 metros, foi danificada pelas chuvas
intensas, forçando o Exército a instalar passarelas flutuantes (ou passadeiras)
para permitir acesso aos municípios. Só a ponte do Rio Forqueta está orçada em
cerca de R$ 14 milhões.
“Sabemos que
há muitos trechos comprometidos que vão ensejar liberação de recursos para, via
contratos existentes de conserva, fazer a recomposição geral dessas pistas. É
isso que chega até R$ 3 bi e que estamos projetando que o estado vai promover
de investimentos para recomposição dos trechos emergenciais”, explicou o
governador, destacando que parte do dinheiro necessário à reconstrução das oito
primeiras pontes de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de
Rodagem (Daer) já foi disponibilizada pelo Ministério da Integração e do
Desenvolvimento Regional.
“É
importante mencionar que todas essas obras contemplam os estudos do IPH/UFRGS
[Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul], com o qual nos reunimos na semana passada e que nos apontaram seus
estudos, suas projeções de mudanças climáticas. Tudo isso está constando desses
editais. Ou seja, as empresas contratadas deverão contemplar esses estudos
sobre o comportamento climático para que não tenhamos, depois, outros problemas
com essas pontes em função de novos eventos climáticos”, finalizou Leite.
Edição:
Nádia Franco