RS registra foco de gripe aviária em aves silvestres, confirma governo

RS registra foco de gripe aviária em aves silvestres, confirma governo

Vírus foi identificado em um cisne-de-pescoço-preto oriundo da Estação Ecológica do Taim. Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) afirma que não há risco no consumo de carne e ovos.




Por g1 RS 29/05/2023 20h29 - Atualizado há 14 horas

O Ministério da Agricultura e da Pecuária (MAPA) confirmou, na noite desta segunda-feira (29), o primeiro caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul desde a chegada do vírus H5N1 na América do Sul e no Brasil. O caso foi identificado em Santa Vitória do Palmar, na Região Sul do estado, a partir de exames realizados em um cisne-de-pescoço-preto oriundo da Estação Ecológica do Taim. De acordo com o ministério, o local já estava interditado desde a última sexta-feira (26).

A Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), que também confirmou a identificação do foco, afirmou que a presença do vírus da gripe aviária em aves silvestres não afeta a condição do estado e do país como livre de doença. A pasta acrescentou que a identificação do caso não impacta o comércio de produtos avícolas e que “não há risco no consumo de carne e ovos, porque a doença não é transmitida por meio do consumo”.

As amostras de animais mortos foram enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (LFDA-SP), unidade referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), que confirmou a doença. Outros dois casos foram confirmados na noite de segunda-feira: o vírus foi identificado em um trinta-réis-de-bando, na cidade do Rio de Janeiro, e em um trinta-réis-boreal, no município de Piúma, no Espírito Santo.

O governo do estado reforça que todas as suspeitas de gripe aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Seapi através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou através do Whatsapp (51) 98445-2033.

Em 22 de maio, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência zoossanitária por 6 meses por causa da gripe aviária, que teve os seus primeiros casos registrados no Brasil no dia 15. Até agora, treze casos foram confirmados em aves no Brasil, sendo 9 no Espírito Santo, 3 no Rio de Janeiro e 1 no Rio Grande do Sul.

 

A estação ecológica

Com quase 33 mil hectares, a reserva natural abriga centenas de espécies de animais, alguns ameaçados de extinção. São cerca de 330 km quadrados, área semelhante à de Belo Horizonte (MG). Em 2017, o Taim foi reconhecido como uma das principais áreas ambientais do mundo pela Convenção de Ramsar, criada na década de 1970 no Irã, e reconhecida legalmente no Brasil em 1996.

A Estação Ecológica do Taim foi criada por decreto em 1986. A administração é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

A unidade de conservação fica localizada entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mirim, na planície costeira do RS. A maior parte da reserva fica dentro dos territórios dos municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar.

Com bioma marinho costeiro, o Taim preserva banhados (terrenos alagadiços), lagoas, campos, dunas e matas. A estação abriga uma grande diversidade de espécies de vegetais e animais.

A estação é um lugar de abrigo, alimentação e reprodução de muitas espécies, considerada um dos criadouros de maior significado ecológico do sul do Brasil, conforme o ICMBio.

 

– Aves: 220 espécies – gavião-cinza, gaivota-de-rabo-preto, albatroz-real-do-norte, trinta-réis-real etc.

– Mamíferos: 45 espécies – tuco-tuco-das-dunas, gato-do-mato-grande, gato-maracajá, rato-do-mato-de-nariz-laranja, etc.

– Peixes: 63 espécies (2 ameaçadas)

– Répteis: 21 (6 ameaçadas)

– Anfíbios: 18 espécies

 

O Taim registra 300 espécies de plantas, principalmente herbáceas, sendo que nove delas são ameaçadas. No local, predomina a vegetação campestre e a inexistência de espécies endêmicas, devido a esta planície ser geologicamente recente, afirma o ICMBio.

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