Rússia avança na Ucrânia com 900 baixas de soldados por dia
Rússia avança na Ucrânia com 900 baixas de soldados por dia
Atualmente, a Rússia controla cerca de 18% da Ucrânia e tem ganhado terreno desde o fracasso de uma contraofensiva ucraniana de 2023.
Por g1
Nos últimos
dias, a Rússia intensificou os ataques contra a Ucrânia para aproveitar que os
ucranianos estão com poucas armas e munição, já que as doações que os Estados
Unidos vão entregar ainda não chegaram (leia mais abaixo).
Os russos
têm vencido diversas batalhas e devem conquistar territórios na região de
Kharkiv (por ora, não devem invadir a cidade de mesmo nome). Nesta
quarta-feira, o Exército ucraniano recuou na região, e o presidente do país,
Volodymyr Zelensky, cancelou as viagens ao exterior.
No entanto,
esses avanços têm um preço alto: o número de baixas (ou seja, a soma de mortos
e feridos) nas forças russas na guerra na Ucrânia em abril foi de 899 por dia,
de acordo com um comunicado do serviço de inteligência do Reino Unido.
O novo
ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, afirmou na terça-feira (14) que a
principal tarefa do país é vencer no campo de batalha com o mínimo de perda de
tropas.
Belousov, um
economista, foi nomeado por Vladimir Putin no domingo. Ele disse que o setor
militar precisa de mais eficiência e inovação para atingir seus objetivos.
Seus
comentários sobre as perdas na guerra foram surpreendentes porque as
autoridades russas raramente discutem as baixas.
A Rússia e a
Ucrânia não publicam detalhes de seus mortos e feridos. Mas os analistas
militares ocidentais dizem que a Rússia, com uma população mais de três vezes
maior que a da Ucrânia, tem se mostrado muito mais disposta a aguentar baixas
em prol de ganhos na guerra.
Não há
necessidade de outra convocação em massa das tropas russas, disse o novo
ministro. Putin ordenou uma mobilização de 300 mil reservistas em 2022, uma
medida impopular que levou centenas de milhares de russos a fugir do país para
evitar serem convocados.
Rússia
avança na região de Kharkiv
Atualmente,
a Rússia controla cerca de 18% da Ucrânia e tem ganhado terreno desde o
fracasso de uma contraofensiva ucraniana de 2023.
Segundo uma
reportagem do jornal “The Washington Post”, para os oficiais dos EUA ainda não
está claro por que a Rússia tenta atacar a região de Kharkiv. Duas hipóteses
foram levantadas:
A província
de Kharkiv faz fronteira com uma região da Rússia que já foi atacada, e os
russos querem criar uma zona de tampão para impedir novos ataques.
Os russos
podem estar em uma nova tentativa de conquistar a cidade de Kharkiv.
A disputa
por Kharkiv
No começo da
guerra, em 2022, os russos tentaram invadir a cidade de Kharkiv, que além de
ser a segunda maior do país (atrás de Kiev), é um importante centro industrial
e científico.
Como os
russos não conseguiram tomar a cidade, Kharkiv também se tornou um símbolo da
resistência ucraniana.
As tropas da
região foram as que mais resistiram a ataques russos ao longo dos mais de dois
anos de guerra.
Após perder
milhares de soldados e artilharia e veículos de guerra no primeiro ano de
guerra, a Rússia conseguiu reorganizar sua estrutura militar com o tempo e
graças a manobras na economia que conseguiram bancar e manter os altos gastos
na guerra.
As vitórias
russas na região ao redor da cidade de Kharkiv possibilitam que as forças
russas consigam atacar o município com artilharia.
Na
segunda-feira (13), o governador da região, Oleh Syniehubov, afirmou que “o
inimigo está se aproximando pelo norte e nos forçando a entrarmos mais no nosso
território”.
Agora, uma
eventual vitória da Rússia na cidade pode ter um peso simbólico importante.
Falta de
armas e falta de soldados
Os dois
principais problemas dos ucranianos são:
Falta de
pessoal: os militares já na frente de batalha estão cansados, e a Ucrânia já
não consegue mais recrutar no mesmo volume do começo da guerra.
Por razões
políticas, os EUA, o principal aliado da ucrânia na guerra, demoraram para
enviar o auxílio militar, e por isso faltam armas.