Rússia exibe exercício militar com bombardeiros perto da costa dos EUA após general dizer: ‘Controle de armas ficou no passado’
Rússia exibe exercício militar com bombardeiros perto da costa dos EUA após general dizer: 'Controle de armas ficou no passado'
Chefe do Estado-Maior russo acusou os Estados Unidos de atiçar conflitos pelo mundo e afundar tratados-chave de controle de armas da Guerra Fria: 'Sem confiança, é impossível criar um mecanismo efetivo para controle mútuo'.
Por Redação g1
A Rússia
realizou exercícios militares perto da costa do Alasca, nos Estados Unidos,
nesta quarta-feira (18) e exibiu o treinamento em suas redes sociais.
O Ministério
da Defesa russo divulgou um vídeo que mostra dois Tu-95MS, um bombardeiro
estratégico de longo alcance das Forças Aeroespaciais da Rússia, realizando um
voo no espaço aéreo sobre as águas neutras dos mares de Bering e Chukotka, no
Ártico.
“Os
pilotos da aviação de longo alcance realizam regularmente voos sobre as águas
neutras do Ártico, Atlântico Norte, mares Negro e Báltico, bem como do Oceano
Pacífico. Todos os voos das aeronaves das Forças Aeroespaciais da Rússia são
realizados em estrita conformidade com as regras internacionais de uso do
espaço aéreo”, diz o ministério no comunicado.
Mais cedo, o
chefe do Estado-Maior russo, general Valery Gerasimov, acusou os Estados Unidos
de atiçar conflitos pelo mundo e afundar tratados-chave de controle de armas da
Guerra Fria.
Ele disse o
país vê o controle sobre os vastos arsenais nucleares que foram construídos
como uma coisa do passado devido à falta de confiança entre Moscou e o
Ocidente.
“No
geral, o tópico do controle de armas ficou no passado, já que um retorno a um
nível mínimo de confiança é impossível hoje devido aos padrões duplos do
Ocidente. Sem confiança, é impossível criar um mecanismo efetivo para controle
mútuo. Muitos países começaram a pensar em medidas de resposta adequadas”,
afirmou.
Gerasimov
disse que a implantação de mísseis dos EUA na Europa e na Ásia estava
alimentando “uma corrida armamentista ofensiva estratégica”, com o
aumento de forças americanas nas Filipinas sendo uma preocupação particular
para a Rússia .
Ele também
afirmou que os EUA se tornaram um participante direto no conflito na Ucrânia a
partir do momento que as forças ucranianas usaram mísseis de longo alcance
fornecidos pelo país no mês passado.
Dois dias
depois de mostrar treinamento de disparo de mísseis ultrassônicos, a Rússia
voltou a exibir seu poderio bélico nas redes sociais nesta quinta-feira (5).
O Ministério
da Defesa russo divulgou um vídeo de soldados treinando para o uso de mísseis
portáteis. Na neve, eles correm para montar o equipamento enquanto o trabalho é
cronometrado por um superior e, depois, também usam um simulador.
“Em Sakhalin começou o treinamento dos militares das unidades de defesa aérea do Distrito Militar Oriental no moderno simulador eletrônico do sistema de mísseis portáteis Igla”, diz comunicado.
Dias antes,
a Rússia tinha feito testes envolvendo disparos de mísseis, alguns deles
hipersônicos, no Mediterrâneo oriental. O teste ocorre em meio a um aumento de
tensões com o Ocidente por conta do uso de mísseis de longo alcance pela
Ucrânia na guerra e no mesmo momento em que seu aliado sírio, Bashar al-Assad,
perde terreno para uma coalizão de rebeldes liderados por islamistas radicais.
“Mísseis
de alta precisão foram disparados no mar e no ar no leste do Mediterrâneo em um
exercício para testar os métodos de ação conjunta da Marinha e da Força Aérea
russas”, disse o Ministério da Defesa em um comunicado.
Durante
esses exercícios, os mísseis hipersônicos Zirkon e um míssil de cruzeiro Kalibr
foram lançados das fragatas “Amiral Gorchkov” e “Amiral
Golovko”, bem como do submarino “Novorossiysk”, informou o
ministério.
“Os
alvos designados foram atingidos por ataques diretos”, acrescentou,
observando que os exercícios, que envolveram mais de 1.000 militares, dez
navios e 24 aeronaves, foram planejados com antecedência.