Seguro-desemprego, abono salarial e benefícios do INSS: entenda o que muda com o novo salário mínimo
Seguro-desemprego, abono salarial e benefícios do INSS: entenda o que muda com o novo salário mínimo
Valor de R$ 1.320 foi anunciado pelo governo e já começaram a valer a partir de segunda-feira (1º).
Por Isabela Bolzani, g1 02/05/2023 04h00 - Atualizado há 6 horas
O reajuste
do salário mínimo já começou a valer. O aumento do valor de R$ 1.302 para R$
1.320 foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último
domingo e publicado no Diário Oficial da União (DOU) por meio de uma medida
provisória, com vigência imediata a partir de segunda-feira (1º).
O texto, no
entanto, ainda precisa ser aprovado em até 120 dias pelo Congresso Nacional
para que não perca a validade.
A mudança no
salário mínimo também aumenta o valor de benefícios e serviços que usam o piso
nacional como referência, a exemplo do abono salarial PIS/Pasep, benefícios do
INSS, Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego e
seguro-defeso.
No pacote de
ações voltadas aos trabalhadores, Lula também se comprometeu a enviar nos
próximos dias ao Congresso Nacional um projeto de lei que propõe o reajuste
anual do salário mínimo acima da inflação.
Abono salarial
PIS/Pasep
O abono salarial PIS/Pasep é pago aos trabalhadores do setor público e privado que recebem, em média, até dois salários mínimos mensais com carteira assinada.
Com o
aumento do salário mínimo, o valor do abono salarial passa a variar de R$ 110 a
R$ 1.320, de acordo com a quantidade de meses trabalhados. O calendário de
pagamentos de 2023 é referente ao ano-base de 2021 – assim só receberá o valor
máximo quem trabalhou os 12 meses daquele ano.
O calendário
de pagamentos do abono salarial PIS/Pasep deste ano foi aprovado pelo Conselho
do Fundo de Amparo do Trabalhador (Codefat) em dezembro (veja mais abaixo). Os
pagamentos começaram em 15 de fevereiro e os beneficiários podem sacar o
dinheiro até 28 de dezembro.
Para o
pagamento do PIS é considerado o mês de nascimento do trabalhador. No caso do
Pasep, é considerado o dígito final do número de inscrição no programa.
Segundo o
Ministério do Trabalho, o novo montante será devido para os valores emitidos
para saque a partir de 15 de maio.
Benefícios
do INSS
Os
benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também sentirão o
reajuste. Para aqueles que recebem um salário mínimo, o benefício sobe para R$
1.320 já no pagamento referente ao mês de maio, que deve começar a ser liberado
no próximo dia 25.
O chamado
piso previdenciário, que é igual ao salário mínimo nacional, vale para
aposentadorias (incluindo aeronautas), auxílio-doença e pensão por morte.
O Benefício
de Prestação Continuada (BPC) é pago a idosos a partir de 65 anos e pessoas com
deficiência de qualquer idade em situação de extrema pobreza. Assim, o valor do
benefício também passará a R$ 1.320.
Seguro-desemprego
O valor do
seguro-desemprego, recebido pelo trabalhador com carteira assinada demitido sem
justa causa, depende da média salarial dos últimos três meses anteriores à
demissão. No entanto, o valor da parcela não pode ser inferior ao salário
mínimo vigente, que passa a ser de R$ 1.320 a partir desta segunda-feira.
Segundo o
Ministério do Trabalho, o valor do novo salário mínimo vai valer para quem
receberá a parcela a partir de 11 de maio.
Ações nos
juizados
As pessoas
que entrarem com uma ação nos Juizados Especiais Federais (JEFs) e no Juizado
Especial Cível também sentirão o reajuste, já que o valor máximo para esses
processos são baseados no salário mínimo.
Trabalho
intermitente
Os
trabalhadores intermitentes também têm como base o salário mínimo e, portanto,
também devem ser influenciados pelo novo valor.
Essa
modalidade de trabalho ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por
algumas horas, e é remunerado por período trabalhado, ou seja, de forma proporcional.
O trabalhador receberá o chamado salário-hora, que não poderá ser inferior ao
salário mínimo ou ao dos profissionais que exerçam a mesma função na empresa.
Cadastro
Único
O governo
federal, os estados e os municípios utilizam o Cadastro Único (CadÚnico) para
identificar potenciais beneficiários de programas sociais como Bolsa Família,
Tarifa Social de Energia Elétrica, BPC e vale-gás. Com a alta no salário
mínimo, os valores que permitem a inscrição no CadÚnico também devem subir.
Seguro-defeso
O
seguro-defeso é um benefício de um salário mínimo pago para os pescadores que
exercem atividade exclusiva e de forma artesanal. O valor é concedido nos
períodos em que a pesca é proibida para permitir a reprodução da espécie. Com a
alta do salário mínimo, o benefício passa para R$ 1.320.
Contribuição
dos MEIs
As
contribuições mensais dos microempreendedores individuais (MEIs) também serão
reajustadas. A partir de fevereiro, o valor referente ao INSS do Documento de
Arrecadação Simplificada do MEI (DAS-MEI) deverá ser de R$ 66, o que
corresponde a 5% do salário mínimo.