Seleção viaja neste sábado com 5,5 toneladas na bagagem para Turim; veja lista de curiosidades
Seleção viaja neste sábado com 5,5 toneladas na bagagem para Turim; veja lista de curiosidades
Quase mil camisas, 30 kg de farinha de mandioca, 92 itens de medicamentos... Responsáveis pela logística da Seleção detalham planejamento para período de treinamentos antes da Copa do Catar
Por Bruno Cassucci e Raphael Zarko — São Paulo e Rio de Janeiro 11/11/2022 04h00 Atualizado há 5 horas
O que a seleção brasileira leva na bagagem para o Copa do Mundo do Catar? Como organizar uma viagem que dura mais ou menos 40 dias no frio europeu e no calor do Oriente Médio?
Parecem questões para digitar no Google, mas é o que não sai de planilhas e mais planilhas nos computadores de Luis Vagner, Hamilton Correia e Fabio Silva.
O trio de funcionários da CBF se divide na elaboração e conferência de listas muitos meses antes de Tite anunciar os 26 convocados, na última segunda-feira. Luis Vagner é o gerente de planejamento da CBF, Hamilton Correia, administrador, e Fabio Silva, conhecido como Fabinho, roupeiro da Seleção. É deles a missão de cuidar dos detalhe logísticos para a viagem.
É como
transferir um pouco da CBF, da Granja Comary (costumeira base de concentração
da seleção brasileira para grandes competições) e de um vestiário de futebol
para duas cidades do outro lado do planeta. Primeiro Turim, na Itália, local em
que a Seleção treinará por cinco dias, e depois para Doha, no Catar, onde será
disputada a Copa do Mundo. E não é uma bagagem qualquer. São 5,5 toneladas num
avião fretado.
Embarca
neste sábado parte da delegação canarinho, que tem o técnico Tite, a comissão e
todo o estafe, além dos três atletas que atuam no Brasil: o goleiro Weverton, o
meia Everton Ribeiro e o atacante Pedro.
Ao todo,
entre jogadores, funcionários e dirigentes, o grupo vai ter 74 pessoas atrás do
sonho do hexa no Catar. Os demais atletas se apresentam na segunda-feira depois
da rodada das suas competições no fim de semana.
Por conta de
restrições e procedimentos alfandegários corriqueiros – embora mais rígidos
pela cultura local – de entrada no país, a organização dos profissionais da CBF
inclui catalogação de todos produtos e itens que vão nesta bagagem. São 300
volumes entre rouparia, medicamentos, insumos, equipamentos eletrônicos, de
fisioterapia, de treino… Tudo visto e revisto com bastante antecedência em
algumas viagens anteriores a Doha.
– Desde o
início das visitas lá (Catar) que o pessoal deles sempre falou para a gente:
“o que vocês puderem antecipar, antecipa”. Isso desde locação de
equipamento, por exemplo, se vai alugar uma esteira e deixar pra última hora,
não vai arrumar. Porque vai ter muita demanda. No caso de comida a mesma coisa.
Alguma coisa especial de última hora eu não arrumo – explica o gaúcho Luis
Vagner, gerente de planejamento e logística da CBF.
Muitas vezes
item fundamental para qualquer viagem de delegação brasileira, a comida não vai
ser produto de muito peso na bagagem da Seleção. Isto porque tanto o hotel de
Turim (no centro de treinamento da Juventus) quanto o hotel no Catar vão
fornecer arroz, feijão, salada e outros mantimentos. Cada cozinha nestes locais
já recebeu cardápios estipulados pela seleção brasileira. Mas nem tudo.
–A gente vai
levar só farinha de mandioca e o Jaime (Maciel, chefe da Seleção) está
estudando levar alguns temperos também, mas é basicamente mandioca. São 30 kg
de farinha de mandioca – contabiiza o pernambucano Hamilton Correia, analista
de logística da Seleção.
Menos
volume do que na Rússia
Apesar dos
itens e produtos para levar a Turim e a Doha serem volumosos, os organizadores
da logística da seleção brasileira contam que a bagagem foi ainda maior – mais
precisamente uma tonelada e meia mais pesada (total de 7 toneladas) há quatro
anos na Copa da Rússia. A diferença? O frio na sede do último Mundial. No
Catar, as temperaturas variam de 15º à noite a 30º durante o dia.
Cada atleta
recebe três kits de uniforme na viagem, um para treino, outro para concentração
e outro, claro, para os jogos – aí vão meias, shorts, bonés, calças, agasalho
de chuva, agasalho de frio. A conta é de cerca de 700 camisas amarelas e 230
das azuais. Normalmente o jogador usa duas camisas por jogo, uma para cada
tempo, mas ainda tem uma extra em caso de necessidade – por exemplo, caso ela
seja rasgada ou sujar de sangue durante a partida.
A rouparia é
responsável por mais da metade dos 300 volumes que a seleção brasileira leva
para a Copa. O material sai da Granja Comary, em Teresópolis, no próprio dia da
viagem, para ser despachado dentro do avião da Seleção. O fato de o voo ser
fretado é uma facilidade nestes casos, porque existe preocupação de extravio de
alguma parte da rouparia e dos itens de massagem, o que já aconteceu em voos
para as Eliminatórias.
– Às vezes
existem atrasos por extravios. O material chega em três dias, mas você precisa
de um material de treino na chegada. Não pode esperar esses três dias. Então,
como a gente separa e numera tudo, a gente ganha esse tempo – detalha Fabinho.
Veja
alguns itens que a Seleção leva para o Catar:
aparelhos de
ultrassom
câmara
hiperbárica
aparelhos de
laser para fisioterapia
seis macas
botas de
gelo
massageadores
rolinhos de
fisioterapia
duas mil
travas de chuteira
alargador de
chuteira
700 camisas
amarelas
230 camisas
azuis
30 bolas de
jogo (parte delas entregues pela Fifa, com tecnologia de chip)
30 kg de
farinha de mandioca
máquina de
café
impressoras
máquina de
grafar nomes na camisa
92 itens de
medicamentos, entre antibióticos, analgésicos e muitos outros
134 insumos,
tais quais seringas, bandagens, esparadrapos
fitas
adesivas para marcação de campo
pratos de
marcação de campo
estacas para
marcação de campo